Reconhecer como poda requer maturidade

Estávamos em formação, nessas últimas semanas, e diante daquilo que nos foi exortado e das partilhas dos meus irmãos, surgiu o título desse texto.

Todos nós já vivemos alguma poda em nossas vidas, algo que foi tirado de nós, porque Deus muito nos ama e não poderia deixar-nos com penduricalhos. Na verdade, podia ser danoso e matar os galhos saudáveis que já frutificaram um dia.

A poda vai além da retirada de ervas daninhas, uma planta sofre os cortes em si mesma, em sua estrutura e não em “corpos estranhos” que são externos a ela. Podamos algumas árvores no Recanto e sendo bem sincera, ficaram muito feias. Claro que pela nossa falta de experiência, mas é óbvio que uma jabuticabeira é muito mais bonita carregada, do que apenas com as folhas e os galhos pontudos.

 

Rejeitar ou Aceitar e amar

Diante de uma poda, uma situação que foge ao nosso controle, não temos a opção disso não chegar até nós, mas temos a escolha após tal acontecimento.

Quando está sendo ordenado uma relação íntima, tenho a opção de sofrer com essa separação desordenada e seguir ou viver com essa pessoa “dentro” de mim, em meus pensamentos.

Quando morre alguém muito próximo, tenho a opção de viver os processos do luto e assim esperar na Vida Eterna ou viver como morto, que foi junto ao ente querido.

Quando fui tirado de um lugar bom e não tenho perspectiva de volta, posso escolher aceitar minha condição atual ou viver desejando esse paraíso fantasioso, e assim viver fora da realidade.

Esses foram alguns exemplos, mas podemos transpor para qualquer coisa em nossas vidas. Sempre temos a opção de aceitar, e posteriormente amar ou rejeitar mesmo já tendo sofrido. Não volta mais, um galho que foi cortado não dá pra ser colado novamente.

Não podemos viver como aquelas pessoas que quando perdem um membro do corpo, muitas vezes por acidente, vivem com o “membro fantasma”, inconscientemente, pra elas ainda existe. Ainda colocam o peso do corpo sobre ele, tentam realizar atividades que exigem o funcionamento daquele membro antigo e assim por diante.

 

Vai frutificar!

Mas calma! Nosso Deus não é um deus mutilador. Ele é o Bom Pastor, o Divino Agricultor, a Videira Verdadeira!

Se Ele cortou, é porque vai dar mais frutos do que outrora deu. É um fato, plantas quando são podadas corretamente, dão novos frutos. Tenha fé! Para discernir algum acontecimento como poda, e não como “castigo” do Senhor, é necessário maturidade. A tendência é não encontrarmos sentido, porque queríamos ter continuado com aquele galhinho pendurado ali.

É necessário maturidade para reconhecer a poda como benéfica e posteriormente amá-la, como uma graça particular do Senhor. Sem isso, ficaremos na mesma e não chegaremos na potência dos frutos doces e saborosos que precisamos chegar.

Quem me dera fosse fácil assim, meus irmãos, como 1 + 1 = 2. Não é, mas nunca foi. Quem me dera fosse sempre romântico, mas não é. A pergunta que fica é: Até quando vai culpar Jesus pelas coisas que você teve que deixar? Ou até quando irá culpá-Lo pelas podas?

Ele sabe o que é melhor para nós, antes mesmo de nascermos, ou não? Quem pode aconselhar o Senhor do que é o melhor? Quem pode orientá-lo? Alguém teria essa petulância toda? Acredito que não!

Portanto, meu Jesus, a Videira Verdadeira, dai-nos a graça de amar e nos alegrarmos, com cada movimento Seu ou permissão Sua em nossas vidas. Amém!

 

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