Se alguém nos diz “Permaneça onde você está”, de primeiro momento pensaremos apenas naquele local que estamos, o que fazemos no dia a dia, e isso pode nos levar a pensar que será fácil, pois se estamos até hoje, não custará nada ficar por mais um tempo. Porém, quando Deus nos pede para permanecer nEle e onde Ele nos coloca, nos damos conta de que será preciso haver mudanças em nosso ser, que podas serão realizadas, que a paciência será necessária, que a intimidade com Ele precisará ser firmada, dentre outras coisas. Então você percebe que para agarrar a permanência, será preciso agarrar a cruz.
É preciso carregar a cruz
A cruz é pesada, por muitas vezes não queremos carregá-la, pois temos muitas coisas a conquistar e a vida passa em um instante, pode ser que a gente caia no caminho e precise recomeçar. A verdade é que não queremos perder tempo.
Não queremos coisas difíceis, e quando se torna difícil já queremos desistir. Não queremos olhar para dentro de nós e enxergar fragmentos nas áreas da nossa vida, no nosso relacionamento com os outros, conosco e principalmente com Deus e ainda tem que se dispor para consertar tudo isso.
A carne grita por um caminho mais fácil, onde não é preciso enxergar as coisas ruins em nós mesmos e nem ser muito dependente de Deus, ou até mesmo não precisar pedir ajuda para os irmãos. Somos soberbos, orgulhosos e confiantes em nossa autossuficiência.
O caminho fácil não nos leva a redenção
“A não ser que o nosso relacionamento com Deus seja completo, permaneceremos a sombra da árvore do jardim do Éden, em vez de ficar a sombra daquela árvore da colina do calvário, que é a cruz.
A cruz nos fala do perdão de Deus e do seu amor redentor, ela diz que não há atalhos…” (Ester de Waal)
A cruz é algo tão desejado pela nossa alma, mas nos custa enxergar. Nos deixamos ser seduzidos pela serpente da árvore do Éden, porque parece estar mais leve, mais fácil, mais doce… Mas já parou para refletir quantas chagas foram necessárias para reparar as nossas quedas nas seduções? Quantas e quantas vezes, fomos e somos as pessoas que criam as chagas, e não as que reparam?
É preciso encarar com honestidade e nos abrir a cura de Deus e do seu amor, que transforma a escuridão em luz, e a morte em vida!
O Amor que não se cansa
O processo do corte, descascamento e remodelagem é prolongado e doloroso.
Eu já tentei desistir, mas o Senhor com sua misericórdia não deixou. Ele logo me procurou e eu cansada, deixei com que Ele me encontrasse verdadeiramente. Disse que era a última chance de Ele me salvar. Quanta soberba! Mal sabia, que era eu quem estava tendo mais uma chance de ser alcançada pela sua misericórdia e com isso entender de uma vez por todas o quão eu sou conhecida e amada por Ele. Santo Agostinho dizia que só se ama aquilo que se conhece. Deus me conhece muito bem.
Eu precisei segui-lo, sem parar para pensar muito no que estava sendo perdido ou no que estava sendo contido. Sem pensar muito no amanhã.
Foi preciso dar passos de fé, e ainda é, mas a cada passo, mais confiante eu me torno. Eu que sempre quis ter o controle de tudo, precisei entender que o controle sempre foi e é de Deus, sou apenas um ramo pendurado na videira, sendo podada e conduzida pelo agricultor.
Plenitude da Vida
A cada passo de ousadia em direção ao que Deus deseja, é mais um passo para a confiança total. A cada passo que sinto que perdi o controle, logo depois eu recupero, através dos frutos que são gerados. O meu coração se dilata e corre ao caminho do Senhor!
Eu ainda estou no processo, construindo um relacionamento saudável com tudo que constitui a vida, mas sei que logo poderei viver de forma mais intensa, completa e livre. Segura que a derradeira contradição da Cruz é também promessa de plenitude da vida.
E você?!
Natalia Feliciano- Discípula CACL
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