A raiz profunda e madura permanece

Precisamos de fortes raízes na comunidade para servos solitários, mas não isolados quando estamos sozinhos…Solidão é o não-isolamento sustentado pela comunidade.” (Vivendo com a Contradição, de Esther de Wall)

A vida comunitária nos traz muitos e grandes desafios, pois em questão de segundos tudo pode mudar, pessoas “novas” chegam e “velhas” partem, de forma que se isso acontece e não estamos prontos, e se nossas raízes ainda são superficiais, achamos que tudo está acabado e nos colocamos na posição de questionar o Senhor: Será que devo permanecer ou partir?

Quando falamos em fortes raízes, estamos falando de árvores maduras e saudáveis, onde as raízes viajam em todas as direções em busca de água e nutrientes, em uma terra fértil. Então, se pensarmos que o carisma é essa terra fértil onde fomos plantados, precisamos ir cada vez mais fundo, a fim de que nossas raízes se espalhem, encontrem os alimentos necessários, sendo praticamente impossível arrancar, ou seja, mesmo sendo plantado sozinho, o carisma sustenta e alimenta e dessa maneira tenho condições de resistir às provações, dificuldades e secas que surgirem, em especial uma solidão.

 

Mas como saber se temos uma raíz forte?

Assim nos fala São Lucas, no capítulo 6, 43-44: “Não há árvore boa que dê fruto mal, e nem árvore má que dê fruto bom; com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto, não se colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças”.

Ou seja, somos reconhecidos pelos frutos que damos, pela vida nova que geramos, através do alimento, comunidade,  que vem da terra, carisma, pois é através do corpo comunitário, dos laços que nossas raízes fazem com as raízes dos irmãos também plantados, que crescemos mais fortes, com desejo de chegar no céu e é isso que irá nos sustentar em tempos de solidão e não de isolamento.

Comunitariamente, estamos vivendo um tempo de solidão. Estávamos a menos de 2 anos todos juntos em São Paulo e agora temos um pedacinho desse corpo em pelo menos 4 cidades diferentes, além de um pedacinho em outro país. E como dizer que foi e que  ainda está sendo doloroso, porém é possível refletir que se as nossas raízes são fortes e maduras, não há o que temer, pois estamos unidos. Vale ressaltar que se não houver essa raíz, ou se foi plantado sobre relacionamentos ou conveniências, claro que facilmente, essa árvore será arrancada da terra, e não somente podada.

 

Seca Espiritual

Meus irmãos, eu vivi um tempo de seca espiritual recentemente e por muitas vezes achei que a minha raíz era frágil e que em pouco tempo seria cortada. O Senhor Jesus falou ao meu coração para dar 1 passo de fé, para expandir mais a minha raíz, porém foi também meu sustento quando decidi voltar nesse passo dado. Acredito que era preciso que minhas raízes fossem mais fundo, se entrelaçassem mais, se alimentassem mais e assim o tronco, essa árvore pudesse crescer.

Me entristeci e chorei com todas essas mudanças e distâncias que falei a pouco, mas hoje sinto saudade dos meus irmãos e o desejo de estar com eles e permanecer é grande, pois creio que o Senhor sabe de todas as coisas e está preparando um tempo novo, tempo de florescer e muito mais frutos.

Finalizo dizendo que hoje me sinto só, porém não isolada, pois o desejo comunitário de viver e seguir em frente me sustenta e é perceptível em cada irmão. Que neste tempo, possamos pedir ao Senhor, que confirme em nosso coração, em que terra nossas raízes estão fincadas, para que entendamos nosso chamado e possamos crescer e frutificar através desse carisma que nos sustenta.

Lembre-se sempre, eu sou o fruto, essa árvore que cresce e amadurece… quem me alimenta é a comunidade através dessa terra cheia do amor de Deus, que é o carisma.

 

Fiquem com Deus!

Santo Padre Pio rogai por nós!

 

Ariane Fumagalli- Apóstola e formadora CACL

 

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