“Se não tens medo de cair sozinho, como tens a pretensão de te levantares sozinho?
Repara: Dois podem mais que um só”
São João da Cruz
Neste tempo de quarentena, que fomos “obrigados” a parar, comecei a refletir sobre a VERDADE desta frase de São João da Cruz em minha vida.
Durante 23 anos de casados, eu e meu esposo Aridercio tivemos muitas alegrias, porém muitas provações e dificuldades.
O reconhecimento da soberba
Durante estes dias de confinamento, comecei a encarar o demônio da soberba no meu relacionamento com o meu esposo.
Quantas coisas poderiam ter sido diferentes se eu tivesse aceitado a minha vida, minha casa, meus filhos, e principalmente o homem que escolhi para partilhar a vida?
Como é difícil ter que olhar para dentro de nós e perceber o quanto erramos por nos acharmos melhores do que o outro. E eu nesse caso melhor que meu marido.
Quantas perdas? Quantos sofrimentos e solidão dentro de casa? Quantas decisões erradas? Quanta falta de perdão e ressentimentos por ser tão egoísta e soberba?
As escamas dos olhos
Meus olhos começaram a se abrir quando tive que refazer um de nossos anos formativos dentro da comunidade, nós que estamos no caminho de consagração, passamos por no mínimo 8 anos formativos.
Um dos anos que trabalhamos a virtude temperança fui orientada pelo meu fundador e formador a permanecer nesse ano e refaze-lo.
Quando ouvi do meu fundador: “Você precisa ESTAR junto com o seu marido e aceitar quem você é: FILHA DE DEUS, DISCÍPULA DA COMUNIDADE DE ALIANÇA CRISTO LIBERTADOR, CASADA E ESPOSA DO ARIDÉRCIO.”
Fiquei com muita raiva, por muitos dias culpei meu esposo por tal situação.
A cura da soberba
Apesar de tanta intemperança, sempre busquei na oração, missa e adoração, quase que diariamente, a verdadeira conversão, mesmo que isto rasgasse o meu coração e me humilhasse em minha soberba.
Tive que reconhecer que durante grande parte destes anos escondia um EU infeliz e solitário atrás de “boas” intenções.
Fiz um propósito diante do Senhor após a conversa fundacional, que mudaria de vida e jamais voltaria a ser quem eu era.
Então começou o processo de cura dentro e fora de mim: atitudes, palavras, gestos…Tudo, tudo deveria mudar.
Encarando a realidade
Encarei a minha vida e reconheci essa soberba, parei de sonhar com o príncipe encantado e com a vida perfeita escrita por mim mesma. Aceitei o homem que Deus me deu com suas dificuldades e fraquezas.
E, acima de tudo, reconheci que preciso dele exatamente como Deus o fez. Ele é o “número do meu sapato”, a “tampa da minha panela”; a pessoa que eu escolhi para ficar junto até o fim.
Estes dias têm sido de grandes descobertas, confesso que dói, porque não é fácil se olhar e assumir sua verdade.
Contudo, estou aberta e o meu maior desejo é que caia por terra tudo o que me tirou do “EU” sonhado por Deus.
Estou feliz, sou feliz hoje! Consigo olhar nos olhos do meu esposo e reconhece-lo, ama-lo.
Restituição do matrimônio
Acredite, não aconteceu nada de tão surpreendente estes dias, porém Deus os preparou para que eu colhesse o fruto de nossas orações, entrega e obediência. Digo “nossas orações” porque sei que tenho um grande homem ao meu lado. Que sempre rezou por mim, por nós e nunca me deixou sozinha!
Algumas mulheres, assim como eu, assumiram a rédia da família, mesmo com o marido do lado, e hoje sofrem por não suportar o fardo que não foi feito para carregarem sozinhas.
É preciso reconhecer que Deus nos fez para sermos o apoio, a companheira, a esposa, e não a “cabeça” da casa.
” Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que corresponda”
Gênesis 2, 18.
Recomece! Assuma o lugar que é seu! Peça perdão, perdoe, ame, deixe-se ser amada!
Olhe nos olhos, aceite, reze junto e deixe a misericórdia do Senhor curar todas as feridas do seu coração.
Sejamos santas! Foi para isso que o Senhor nos fez! Este sim é nosso papel. Levar nossas famílias para o céu!
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