A Renovação do Matrimônio pelo Sexo

A tríplice teoria do sexo no casamento

“Toda a vida no matrimônio é dom; mas isso torna-se singularmente evidente quando os cônjuges, oferecendo-se reciprocamente no amor, realizam aquele encontro que faz os dois “uma só carne” (São João Paulo II – Families, 12).

A teologia do Corpo

Recentemente, eu e alguns irmãos de comunidade estivemos no The Cor in Sampa, um congresso sobre a Teologia do Corpo de São João Paulo II, ministrado pelo teólogo Christopher West, e saímos de lá ainda mais apaixonados pelo plano de amor de Deus por nós e para nós. Isso mesmo! Fomos bombardeados por uma sabedoria insondável e extremamente clara sobre castidade, vocação estado de vida, e a beleza do sexo, como expressão máxima de participação no ministério trinitário. Isso mesmo meu irmão, mistério trinitário.

Este conteúdo magnífico, inspirado pelo Espírito Santo, precisa chegar a todos, e um jeito é você acessar as Catequeses sobre a Teologia do Corpo (clique aqui), ou então, se assim como eu, você não for alguém tão erudito compre um destes livros abaixo, ambos do Christopher:

  • Boas Novas Sobre Sexo e Casamento – respostas para as suas principais dúvidas sobre o ensinamento católico;
  • Teologia do Corpo para Iniciantes – redescobrindo o significado da vida, amor, sexo e gênero;

Sexo e os votos matrimoniais

Quero, neste texto, partilhar com vocês o que mudou em minha compreensão do ato sexual genital, após entrar em contato com tamanha sabedoria.

“O sexo apenas é sexo na medida em que participa do ‘sim’ dos votos matrimoniais, ou seja, a relação sexual é a celebração da consumação, e da renovação deste voto sacramental.” (São João Paulo II – Teologia do Corpo)

Sei que está pensando – eu já sabia disso – mas a pergunta é, sabia mesmo? Ou como eu, você tinha apenas escutado. Escutar e saber são coisas bem distintas. Escutar, saber e viver, aí então é que a distância cresce.

Quando se casam, os noivos consumam o seu matrimônio através da união carnal genital de seu corpos, o sexo. E sem este ato, o casamento, segundo a lei da Igreja é inválido e nulo, ou seja, não aconteceu, não existe. Partilho com vocês que um dos grandes arrependimentos de minha vida, já amargamente confessado, é eu não ter guardado a castidade em meu namoro com minha esposa, e o pior ter “tentado” realizar minha noite de núpcias em um motel.

Noite de Núpcias num motel

Digo tentado, pois minha noite de núpcias foi péssima, tão ruim que nem me lembro muito dos detalhes dela, são lembranças bem esquisitas, escuras e passageiras, como que flashs que minha consciência tenta esquecer. Deu tudo errado. Como poderia dar certo? Se levei minha esposa para um altar onde se realizam adultérios, orgias, e tantas outras bizarrices. Não estou exagerando queridos, porque você acha que estes lugares existem? E o que vocês acham que acontece nestes quartos, na grande maioria das vezes? Relações lícitas e ordenadas? Claro que não! Se pudéssemos enxergar a realidade espiritual de um quarto de motel jamais entraríamos em um em sã consciência.

Todavia, o Senhor em sua infinita misericórdia nos abençoou e nossa lua de mel foi fantástica, e nosso casamento foi consumado. Que bom que Deus é amor e misericórdia, se não eu estaria frito.

Renovar os votos e assumir um ao outro

Voltando para a renovação dos votos matrimoniais, mesmo tendo uma vida sexual ativa não vivíamos o sexo como esta renovação sacramental, pelo menos não conscientemente. Sendo estudante de teologia, eu já ouvira inúmeras vezes que o casal só se torna uma só carne, de fato, quando se relaciona sexualmente, mas daí a entender que todas as vezes em que eu fazia amor com minha esposa eu a estava assumindo novamente como minha mulher havia uma distância imensa. Eu, na verdade, nunca tinha escutado isso. Não sabia disso. E não vivia isso.

As escamas caíram de meus olhos e dos olhos de minha amada, e a cura do trauma de minha noite núpcias veio juntamente com este conhecimento. Tudo mudou. Eu achava impossível orar antes de um ato sexual, e hoje conseguimos orar antes, durante e depois, é top demais. 

Certa vez aprendemos com nossa formadora humana que os cônjuges precisam ao longo de suas vidas, discernir e escolher se querem continuar casados, isto pois, apesar de serem uma só carne, seguem sendo indivíduos, que possuem seus anseios, desejos e sonhos, e vão, naturalmente, se modificando com o tempo, se convertendo ou pervertendo, e portanto, a pessoa com quem casamos não é a mesma após alguns anos. No começo achei isso um absurdo, mas depois iluminado pelo Espírito vi que faz todo sentido, e aí estava o desafio, escolher a mesma pessoa para estar ao seu lado por toda a vida.

Quando juntei estes dois ensinamentos, e mais o conhecimento de que a libido humana é regulada pela produção de hormônios (testosterona / homem – estrógeno e progesterona / mulher) e que esta produção hormonal diminui conforme a idade chega, tudo se encaixou. Veja! Reforço! É minha teoria, sem grandes estudos e bases científicas, então, não venha achar pêlo em ovo.

Teoria

Na juventude, e inicio da fase adulta, mudamos com mais frequência, nossa personalidade muda constantemente, vamos nos descobrindo, nos autoconhecendo, conhecendo a Deus, e principalmente, conhecendo ao outro, alguém que pode vir a se tornar uma pessoa bem diferente do que aquela com a qual nos casamos, e a libido em alta (normalmente devia ser assim) vai garantindo que o casal mais jovem tenha condições de renovar mais vezes seus votos matrimoniais, isso se eles decidem por se assumir novamente a cada dia. 

Ao passo que ao envelhecermos e nos tornamos mais maduros e menos mutáveis, também passamos a viver com mais estabilidade a máxima de sermos uma só carne, não precisamos escolher ao outro a todo momento, afinal é sempre a mesma pessoa, com leves alterações, por isso a libido também diminui, os hormônios caem, e os votos são renovados com menor frequência. É a biologia em plena comunhão com a psicologia e com a espiritualidade cristã. A perfeição criacional original de nosso amado Pai.

Conclusão

Para quem não sabe, o sexo tem duas funções, a unitiva e a procriativa. Quando o tempo elimina esta segunda função, o sexo continua sendo extremamente necessário para que o casamento seja consumado e renovado, até a morte de um dos cônjuges.

Recentemente, na escola de formação para consagrados, da Comunidade Oasis, ouvimos o belíssimo testemunho da fundadora Maria Francisca que com 71 anos ainda renova seus votos matrimoniais, através da relação sexual com seu marido Mozart. Lá, também escutamos que nosso órgão genital é nosso sacramental, e por isso deve ser tratado com muito respeito, cuidado e honra como nos ensina São Paulo (1Cor 12,23).

Não sei quanto a vocês, mas eu fico cada vez mais apaixonado com a beleza da criação de nosso Deus, onde tudo é conectado, tem razão de ser, e conspira para o bem dos que O amam. Esta parte da teoria que me fora inspirada, pode ser até viagem de minha parte, mas que daria uma boa iniciação científica, uma pesquisa acadêmica, ou algo tipo, isso daria com certeza. 

Como não vou realizar este estudo agora, ficarei com a inspiração que o Senhor me deu, com os ensinos oficiais do magistério de nossa Igreja, com a sabedoria dos meus irmãos West e Maria Francisca, e seguirei assumindo a Natalia Andrade Maggio por minha esposa, e com ela estarei aberto produzir filhos para o Reino e buscando ser uma só carne, até que a morte nos separe, conforme juramos diante de nosso Senhor e Deus.

Para baixar:

Conteúdo Teologia do Corpo

 

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