Qual o milagre na cela 7?

Afinal, qual é o grande milagre na cela 7?

(CONTÉM SPOILER)

Assistir esse filme com o ponto de vista do nosso carisma, se torna uma experiência ainda mais emocionante e enriquecedora. Pois, no filme é relatado tão grandes valores para nós, dentre eles a verdade e a liberdade.

Podemos ver ali também uma realidade parecida com que encontramos em nosso apostolado, evangelizando dentro das Fundações CASA e presídios.

O milagre na cela 7 se dá através do encontro com um inocente dentro daquele lugar.

O inocente que leva a redenção

Memo, um homem com deficiência intelectual, é condenado injustamente por um crime.

Sofre diversas agressões físicas e morais, é condenado injustamente e preso na cela 07 com outros criminosos.

A primeira coisa que me chama atenção é que a condição que ele está não modifica o seu ser.

Memo está chegando no presídio, todo machucado por ter levado uma surra, e ainda dá um tchauzinho para aquele que seria seu colega de cela.

Durante todo o tempo que permanece preso, ele nos dá um show de verdade e liberdade. Continua sendo quem ele é de maneira livre.

Em outra cena, ele pega uma pomba no pátio e se alegra por ali ter pássaros. Todos seus companheiros ficam impactados com sua postura, que além de sua deficiência intelectual, nos mostra um ser livre e verdadeiro.

Essa inocência gera atração aos que ali convivem com Ele (e faço questão de colocar com letra maiúscula, pois ali não era a convivência só com um homem, e sim com o próprio Cristo que pode se manifestar em nossas vidas), e isso é o ponto inicial para o milagre que se daria.

O milagre do bem

A vida de Memo foi capaz de impulsionar o bem que estava no coração daqueles homens!

Memo não merecia estar ali, e aqueles homens também não mereciam sua presença ali.

No decorrer da trama, com suas atitudes e reações, Memo faz renascer algo novo dentro daquela cela, o bem!

E como não lembrar de Cristo aqui?

Quem foi o inocente que se entregou e nos dá a possibilidade de redenção? O Cristo!

Quem foi o homem verdadeiramente livre? O Cristo!

Quem foi o inocente condenado que entrou em nossas prisões? O Cristo!

E o encontro com esse Cristo, faz com que em nós seja renascido o bem, ainda que pareça que ele não existe mais.

Criolo canta em uma de suas músicas:

“As pessoas não são más, elas só estão perdidas, ainda há tempo”

Isso que podemos ver acontecendo naquela cela, até aqueles que eram considerados maus, a partir da vivência com Memo naqueles dias, podemos ver o bem em suas essências.

O bem está sendo resgatado a partir do convívio com a verdade, que é representada pela vida do Memo.

É aqui que eles começam acreditar na inocência desse homem, se divertem com coisas simples, criam um certo vínculo de amizade. E por isso, levam Ova, sua filha, para visitá-lo.

Quem é doente naquele lugar?

Ova vai visitar seu pai, e sua presença naquele local nos mostra as verdadeiras doenças que ali estão.

Quando a filha pergunta o porquê deles estarem ali, para não a assustar, eles dizem que estão doentes.

Aqui é evidenciado algo, Memo não é o doente da cela, e a simplicidade de Ova revela para todos as verdadeiras doenças.

Um a um aquela menina vai perguntando: “Qual é a sua doença?” Desconcertados a princípio vão dizendo sem jeito.

Para mim, esse é o ponto principal do filme.

Jesus quer nos curar. Quando Ele encontra o cego, por exemplo, Ele pergunta a Ele: “o que queres que eu faça?”.

Não seria obvio que ele queria a cura de sua cegueira?

Mas, Cristo faz essa pergunta para que reconheça sua doença e peça para Ele, que pode curar tudo.

É isso que está acontecendo nesse momento no filme.

As verdadeiras prisões, isso é doenças, estão sendo reveladas.

A libertação das doenças

Quando Jesus entra conosco dentro das Fundações CASA e presídio, Ele não quer libertar aquelas pessoas daquele local físico, quer libertá-las de suas doenças espirituais.

É isso que o nosso apostolado é chamado a levar, um anúncio verdadeiro do Evangelho que leva cada um olhar para si e reconhecer suas doenças e pedir a Cristo a cura.

Somos como a Ova que entra naquela sala, exalando liberdade, amor e verdade. E com isso, leva a uma profunda reflexão para aqueles que lá estão: quais são minhas doenças?

Há naquela cela também aquele que era considerado um caso perdido, Yusuf. O homem que não falava com ninguém, apenas olhava para parede para o que parecia um buraco.

Ova entra e imediatamente o questiona o motivo de olhar para aquela arvore. Como ela sabia que era uma arvore? Ele podia pensar.

Jesus possui esse olhar sensível a nossa realidade, não precisamos esconder nada Dele, pois Ele já sabe exatamente nossa realidade e quer agir nela para curar.

A árvore da redenção

Aquela árvore tinha sido o local que aquele homem enterrou sua filha que ele mesmo matou, para ele não seria possível encontrar o perdão. E para nós, também podemos pensar isso.

Por ser um crime tão cruel, quantas vezes nosso juízo para tal foi definitivo?

Nós que estamos na Fundação CASA toda semana podemos testemunhar, quantos crimes conhecemos que doeu o nosso coração e foi difícil entender que até mesmo aquela realidade Deus perdoaria?

Pois bem, poderíamos aqui até mesmo filosofar, dizendo que aquela árvore pode nos remeter a árvore do paraíso e que remete para nós o pecado original, e o olhar atento de Ova que reconhece a árvore nos diz: “A sua verdadeira dor e prisão está por conta dos frutos desses pecados”.

Reconheça esses pecados, para que Cristo possa dar o perdão!

Yusuf olha profundamente para aquela realidade, e aquela menina é sinal de esperança para ele.

O encontro com a esperança

Essa é a ação do Cristo em nossas vidas, quando Ele nos revela a verdade, não é para nos condenar, pois só a partir do conhecimento da verdade que podemos caminhar rumo a liberdade.

Cristo é a nossa esperança quando parece que não há mais nada para fazer!

Yusuf se encontra com a esperança, ele assume de fato a sua verdadeira doença naquele diálogo simples com seu colega de cela, e diz que deseja o paraíso. Em outras palavras, ele está atualizando o que Dimas viveu ao lado da Cruz de Cristo.

O ladrão poderia ser salvo e habitar o paraíso, se ele se arrependesse e buscasse a cura.

Assim ele faz, e toma a decisão de se entregar a forca no lugar de Memo.

Esse ato salvou vidas! Quando um homem daquele seria capaz de morrer no lugar de outra pessoa?

Nem mesmo seus companheiros de cela acreditavam naquilo.

Essa é a nossa esperança!

O que posso dizer no final de tudo isso, é que essa é a minha esperança. Essa é a esperança de um Cristo Libertador.

Não é uma esperança apenas nas pessoas que estão naquelas celas que conhecemos e visitamos.

A esperança no Cristo que pode encontrar cada um e transformar a vida.

Quantos milagres podemos ver nas celas que estão por aí?

Esses são os verdadeiros milagres de nosso tempo. De maneira simples, Jesus já me deu a graça de contemplar pequenos milagres dentro dessa missão. Já vi meninas pregando o evangelho dentro das Fundações CASA, menina ministrando com nossas dançarinas uma música em um momento de oração, menina que conduziu uma oração porque o Espírito Santo estava falando com ela, meninas essa que aqui fora ninguém acreditava que poderia sair algo bom.

Esses são alguns milagres da cela 7,8,9,10. Que só é possível a partir de um encontro verdadeiro com Cristo!

Qual foi o milagre na cela 7?

  1. Do lugar que não poderia sair nada bom, saiu redenção e libertação.
  2. Na individualidade de cada um pudemos ver coisas boas onde só víamos o mal.
  3. Pudemos ver aqueles homens reconhecendo suas doenças.
  4. Vimos um homem que matou sua filha, morrendo para salvar outro.

Quantos milagres… Nossos olhos podem testemunhar aquilo que a escritura relata, cegos voltando a ver, paralíticos voltando a andar. E muitas das vezes testemunhamos dentro de celas.

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