O Planeta Justiça e seus anéis de virtude!

Você sabia que a Virtude da Justiça conta com um anel importantíssimo a sua volta? A virtude da religião. Sim, religião é uma virtude essencial a ser adquirida para quem realmente quer ser justo. Você sabia que nas Sagradas Escrituras, justiça é sinônimo de Santidade? Essas e outras curiosidades serão reveladas com nossa aterrissagem em mais este planeta desconhecido por muitos.

 

Não Igualdade, sim Equidade

 

Queridos leitores, é essencial compreendermos corretamente o conceito cristão católico de Virtude de Justiça, pois sem esta correta noção, todos os demais conceitos que envolvem o discipulado e o apostolado se perdem ou se distorcem. Como ser caridoso como Jesus o é, se quero distribuir os bens de maneira igualitária entre os irmãos, e não percebo que uns tem mais necessidades do que outros, ou melhor, que as necessidades das pessoas são diferentes de indivíduo para indivíduo.

A lua que circunda o planeta da justiça é a virtude da EQUIDADE, e não a da IGUALDADE. Quem deseja que tudo seja distribuído igualmente entre todos, são os socialistas, os comunistas, e não os cristãos – “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos.
E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha” (At 4,34-35).

 

O Conceito universal de justiça

 

Justiça é a vontade constante e perpétua de dar a cada um o que lhe corresponde estritamente. A potência de nosso ser que abriga a justiça é a vontade, entre outras palavras, onde reside seu ato, a justiça pressupõe a urgência de se sair do conceito e ir para a prática. Atitude, sem ela não se pode julgar se ser justo.

A sede de Justiça precisa ser perene, nunca pode deixar de pulsar em nosso coração, devendo nos fazer alertas sempre, a cada segundo de nossa vida. A importância do autoconhecimento é mais uma vez frisada, afinal, preciso saber o que é meu por direito, e o que é do outro por direito, e, mais importante que os direitos, preciso saber quais são os meus deveres, e cumpri-los fielmente, ainda que esteja sendo lesado em parte de meus direitos por outros que não cumprem seus deveres.

Três são as notas características, típicas, da Virtude da Justiça: Alteridade, Direito Estrito e Adequação exata. Alteridade se refere sempre a outra pessoa, não a si mesmo. Direito Estrito não é um presente, mas algo devido estritamente. Adequação Exata nem mais e nem menos que o devido. Dar menos é injustiça (pecado) e dar mais é liberalidade (outra virtude).

 

Dicas práticas para ser justo

 

Para viver no planeta justiça, ser justo, Antônio Royo Marin dá algumas dicas tranquilas e bem eficientes:

  1. Evitar qualquer pequena injustiça, por mais insignificante que seja;
  2. Tratar as coisas alheias com maior cuidado do que as nossas;
  3. Não prejudicar jamais, no mais mínimo, a reputação ou a fama do próximo;
  4. Não contrair dívidas que não possamos pagar em seu tempo devido;
  5. Pagar o salário justo no seu devido tempo a quem o mereceu com seu trabalho;
  6. Por justiça social, pagar exatamente os tributos ou impostos justos estabelecidos pela autoridade legítima;
  7. Evitar a todo custo a acepção de pessoas (p. ex. concedendo um bom emprego a um amigo em prejuízo de outro mais digno do que ele).

 

Virtudes derivadas da Justiça

 

Sendo Deus o totalmente Outro, nosso Pai e Criador, precisamos dar a Ele o que lhe é devido, e é a virtude da Religião que ensina e possibilita o Homem, cada um de nós, a lhe dar o culto devido como primeiro princípio de todas as coisas. Detalhe, a virtude da religião supera em perfeição sua própria virtude cardeal e as demais virtudes morais em razão da excelência de seu objeto: o culto devido a Deus. Neste sentido é a que mais se aproxima das virtudes teologais, ocupando, por conseguinte o quarto lugar na classificação geral de todas as virtudes infusas. [1] Por isso esta é a o anel que circunda e torna este planeta especial.

 

Ainda na órbita da Justiça temos:

  1. A piedade, que regula os deveres para com os pais;
  2. A observância, dulia e obediência, que regulam os débitos para com os superiores. A primeira é a atenção ao que o superior pede, como e quando pede. A dulia é a reverência devida ao superior e a obediência é o cumprimento do que se lhe ordena como, quando e onde se ordena;
  3. A verdade, afabilidade e liberalidade no trato com os semelhantes. Na verdade está o comprometimento com os fatos e ou a realidade. Delicadeza e gentilidade no trato com os irmãos resumem a afabilidade, e a liberalidade é a virtude de quem dá mais ao outro do que lhe é devido.

 

Só para lembrar que a Equidade, Lua deste planeta, já está citada e explanada no começo do texto. É isso viajantes, aproveitem o conteúdo e busquem a cidadania deste planeta, ela é fundamental para quem quer de fato ser santo.

 

 Referência:

[1] [1] MARÍN, Antônio Royo, O.P. Ser santo ou não ser… eis a questão – Compêndio da obra: Teologia de la perfeccion Cristiana. Ed. Ecclesiae, 2ª Edição – São Paulo, 2018 – pág. 202.

 

O Planeta Temperança

As Virtudes e a Santidade