Inúmeras pessoas passam pela nossa vida, algumas marcam, outras fazem o favor de sair de nosso círculo de relacionamentos. Mas há aquelas que nos deparamos, nos relacionamos e se tornam grandes amizades com as quais temos o prazer de partilharmos a vida em sua totalidade, em conversas, carinho, escuta, missão e amor.
Se você não assistiu Ultimato (está mais que atrasado) pare de ler agora! Mas se sim, vamos recordar uma das cenas mais lindas do filme, a épica batalha de Natasha (Viúva Negra) e Clint (Gavião Arqueiro). Amigos, irmãos!
Escolher quem deve morrer!
Para salvar o mundo, e todas as almas do universo, ambos saem na jornada de impedir o grande vilão de recuperar a joia da alma, Thanos, que daria a este o poder de acabar com tudo em um simples estalar de dedos.
Mas para que isso não aconteça eles devem impedir que essa joia chegue até as mãos do vilão novamente. Mas há um preço, uma vida. Para ganhar, alguém deve perder a vida.
Não sei se era a intenção do autor, mas com certeza meus irmãos isso é bíblico.
“Pois aquele que quiser salvar sua vida, a perderá, mas o que perder sua vida por causa de mim, a encontrará” (Mt 16, 25).
Clint e Natasha discutem o porquê devem dar, a partir da elevação da vida do outro, abrem mão de sonhos, Clint de sua família, Natasha de possibilidades, e por fim de suas vidas.
Ambos apresentam, como desculpa, os feitos do passado. As pessoas que eles tinham matado, quem eles tinham salvo, em quem eles tinham se transformado. Por fim, eles não se julgam. Não condenam um ao outro pelo que tinham feito, apenas encontram segurança e é isso que somos chamados a viver.
Sacrifício do que nos é mais caro
A regra é bem clara, uma alma por uma alma. Não era agora, o fato de simplesmente matar o amigo para salvação de todas as almas terrenas, teriam que aguentar o peso para o resto de suas vidas.
O amor nos leva a entrega, a uma doação sublime. Uma amizade somente é legítima e válida quando existe partilha de tudo aquilo que se é. Natasha morre, e leva consigo o esvaziamento de si. O sacrifício se não é caro se não nos custa o que ama, não é doação, não gera conversão.
Muito longe de ser suicídio ou algo do tipo, eles lutam pela vida. Já não pela própria, mas um pelo outro. No final, quando eles estão no penhasco segurados por uma cordinha e Natasha está prestes a cair. Ela fala pro Clint: “É a minha hora, estou tranquila.”
Existe paz, serenidade, simplicidade de quem sabe pelo que se sacrifica. Não significa que não existiu sofrimento, mas quem ama experimenta aquela máxima do apóstolo Paulo: “O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor jamais passará” (1Cor 13, 7).
Temos O propósito verdadeiro
Doe-se, sacrifique-se.
Natasha e Clint tinham um propósito, nós como pessoas normais e fora das telinhas, temos a Ele o verdadeiro Cordeiro Imolado como nosso guia e sentido de vida, esse deve ser o nosso elo. Aquele que nos liga a outra pessoa, ao desejo de santidade para a vida do outro.
Por mais que seja um filme, as vezes na vida real nos falta a coragem deles. Falta o desejo, o ânimo de se entregar como Cristo se entregou.
Não fiquemos, meus irmãos, presos a nós mesmos. As nossas preferências, gostos, opiniões. Se mal conseguimos nos doar por aqueles que temos empatia e amor, quem dirá pelos nossos inimigos?
Que Jesus nos dê a agradeça de doar nosso tempo, nossa paciência, nossas misérias e conquistas para que cheguemos ao ápice do amor. A entrega livre da própria vida!
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