Uma pessoa me perguntou essa semana no Instagram se é pecado mortal chamar cachorro de filho/filha. O que comumente conhecemos como “mãe de pet”. De fato, pecado mortal não é.
Mas, o quanto isso é consequência de um reducionismo da vida que geram muitas atrocidades, e esses sim, são pecados mortais.
Reducionismo da vida
Estudando antropologia filosófica, falávamos sobre o reducionismo antropológico, que pega um aspecto da realidade e assume esse aspecto como se fosse a realidade toda.
Como podemos observar esse reducionismo em diversas vertentes do nosso dia a dia. Seja ele no educacional, empresarial, e até mesmo, vital.
A vida cada vez mais está reduzida a um aspecto da realidade, o que prejudica ainda mais, é que cada um assume um aspecto de acordo com sua realidade própria, então a realidade da vida acaba sendo reduzida a realidades individuais.
Aqui mora o perigo! Matar filhos dentro do ventre da mãe, sempre seria inaceitável, mas como a vida está reduzida a realidade de cada um. Se a mãe, não tiver condições, ou não for esperado/desejado, matar seu próprio filho é aceitável, pois sua realidade individual prevalece a realidade do todo, da vida, e se reduz a vida.
O valor do animal
Voltando para o questionamento inicial, o problema não está em ser pecado ou não chamar um animal de filho, está em reduzir a realidade dos filhos ao mesmo vínculo com animais de estimação.
Semana passada tive uma apresentação no trabalho, e uma pessoa ao se apresentar disse ter dois filhos, uma criança e o segundo um cachorro que tem 8 meses. Aquilo me incomodou muito na hora, em ver que o filho dela estava no mesmo local de apresentação do seu filho.
O Senhor quando nos deu um filho, nos confia mais do que uma pessoa, uma alma que é imortal, para educarmos essa alma para voltar a Deus. Tem noção do valor disso?
Agora, os animais, quando o Senhor nos deu, foi para nos servir, é só lermos no relato de Gênesis. E aqui se manifesta também o amor de Deus por nós, que fez tamanha riqueza para nos servir.
Porém, quando estamos falando de filhos, mais do que contemplar a manifestação de Deus na criação, eu participo dessa criação de amor. Pois, na geração de filhos, nós nos tornamos co-criadores com Deus, como defende o Venerável Fulton Sheen.
O valor é infinitamente maior, só por conta disso, já tornaria incoerente chamar um cachorro de filho.
O meu valor e do outro
Se eu me coloco nessa posição de “mãe ou pai de pet”. Toda potencialidade que está em mim em ser mãe e educadora de uma alma imortal é reduzida ao que?
E se, está no mesmo patamar de meus filhos, reduzo eles também na mesma realidade de um animal.
Chega ser até incompreensível, incabível.
Vida dá trabalho
Outra questão que pode ter sido motivacional para esse redução é o trabalho a ser empregado.
O trabalho que exige um filho é muito maior do que de um cachorro, muito mesmo, porém, como cada vez mais fugimos daquilo que dá trabalho em busca de facilidades.
Reduzir a vida nesse sentido é diminuir trabalho. Afinal, criou-se a ideia que não se tem tempo para ter filhos, então se tem cachorros.
Mas é sério que queremos impregnar nosso tempo, nossa vida doada e deixar de herança para o mundo uma vida animal? Deixar as marcas da nossa história em um cachorro?
Sendo que esse provavelmente vai morrer antes que nos por conta de seu curto prazo de vida.
Valores invertidos
Diante de tudo isso vemos cada vez mais o quanto os valores estão invertidos, estão muito loucos, para falar a verdade.
Se luta contra os maus tratos animais, mas se defende o aborto.
(Não estou dizendo que devemos aceitar maus tratos aos animais)
Reduzimos cada vez mais a vida e seu valor.
O reducionismo vital tem tornado tantas coisas terríveis, aceitáveis. Como aborto, eutanásia, abandono, crescente número de suicídio, maus tratos.
Não há nada mais valioso do que a vida humana, pois Cristo morreu para salvar a vida humana. Cristo não morreu em uma cruz para salvar os animais, para levar seu cachorro para o céu.
Ele morreu para salvar eu e você!
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