A família espiritual, ou comunidade cristã, que fazemos parte é mais importante que a família biológica. É a primeira que leva a segunda à sua perfeição, e plena realização. O que seriam de nossas famílias sanguíneas, sem a família alicerçada e construída pelo sangue de Cristo?
Analfabetismo funcional
Meus irmãos, antes do ataque de pelanca, de rabujos e negações, leia o texto até o final.
Nós apesar de termos como linguagem nativa o português, somos péssimos intérpretes e gramáticos. Lemos, e achamos que compreendemos. A verdade é que a maioria de nós se comporta como analfabeto funcional. Não entendendo o que lê. E um analfabeto teimoso ainda, pois juramos que entendemos.
Dizer que uma coisa é “mais” importante que outra, não significa dizer que a menos importante seja desprezível, ou sem importância. Só se está hierarquizando os valores, e colocando-se cada coisa em seu devido lugar.
O que vale mais, uma pepita de diamante vermelho ou uma de esmeralda? Diamante Vermelho: 1 milhão de dólares por quilate
Esmeralda: 305 mil dólares por quilate. Ou seja, o diamante vale mais, porém uma esmeralda vale muito também.
Vencendo esta primeira barreira gramatical, vamos adiante.
O sangue do cordeiro
Uma família espiritual católica, uma nova comunidade, congregação, ou instituto religioso tem por alicerce o sangue do cordeiro e o Espírito Santo, que purificam e fomentam vocações carismáticas. Ou seja, indivíduos motivados por Deus a se unirem e terem um vínculo de vida que os leva a buscar a vontade de Deus para sua vida, e para a vida do mundo.
Poderíamos citar vários textos sagrados para exemplificar isso, todavia, gosto da famigerada perícope onde Cristo parece ignorar sua própria mãe, dizendo aos discípulos que quem faz a vontade de Seu Pai que está nos céus, esse é sua mãe e irmão.
Claro que Cristo não ignorou Maria Santíssima como dizem por aí, ele neste caso a usa de exemplo, afinal quem primeiro fez a vontade do Pai, dizendo um perfeitíssimo “Fiat” ao Arcanjo Gabriel?
O que une pais e filhos biológicos é o sangue do progenitor, o que unem os irmãos em Cristo, é Cristo. Eiiiii, precisa dizer mais? Será que o seu e o meu sangue são mais preciosos do que o do cordeiro de Deus?
Ah Guilherme mas minha família é minha comunidade. Eu te digo, pode até ser, desde que todos racionalmente estejam juntos e decididos a fazer a vontade de Deus, além é claro da vontade de Deus ter sido discernida como igual para os membros dessa família.
Eu oro sempre para que minhas filhas tenham herdado meu carisma, mas que a vontade do Senhor seja soberana na vida delas e na minha. E se ele quiser uma Shalom, outra paróquia, outra DCAG? Seremos comunidade? Não. Seremos família. Mas cada um terá sua comunidade. Estaremos unidos e em comunhão com a vontade de Deus, que pode até separar famílias, mas volta a uni-las em sua Santa Vontade, no cálice do seu sangue.
O mais perfeito ordena o menos perfeito
É na vida Cristã em comunidade que me aprofundo no ser pai, no ser filho, no ser esposo, no ser irmão, no ser homem, e vou me assemelhando mais e mais com Cristo. Só assim poderei construir uma família santa.
Se não fosse a Igreja, meu carisma e minha comunidade nem sei se teria família. Creio que alguma de minhas filhas talvez nem existisse, ou teria sido abortada sem nem mesmo eu saber.
Esta semana a nossa irmã Giovana Bellini lembrava em um de nossos grupos de zap, que a sogra de Pedro, foi curada graças ao elo espiritual de Cristo com Simão. Será que se Pedro não fosse família espiritual de Jesus, ela teria sido curada tão rápido?
Deixar tudo, para seguir Jesus não quer dizer abandonar a todos, não se importar mais com a família de sangue. Quando assumimos a primazia da família espiritual, a preocupação com nossas famílias consanguíneas, também se torna uma preocupação dos nossos irmãos em Cristo.
O Senhor é fiel, justo e generoso. Cuidamos mal de Sua família, mas Ele cuida perfeitamente das nossas. O fato é que não queremos deixar relações idolátricas, possessivas, cômodas e atender ao vem e segue-me de Cristo. É fácil dizer que sua família é de Cristo, difícil é deixar Ele tomar posse dela e fazer o que bem entender.
Árvores de doces frutos amargos
Enquanto meditava sobre este assunto, o Espírito me deu a visão de um pomar com muitos tipos de árvores. Cada uma com seus frutos. Uns doces. Outros amargos. Mas todos cheios de vitaminas e nutrientes.
Ele me dizia, nem todos os frutos que suscito em vós são doces para todos. Uns são bem amargos. Uns duros. Outros mais macios. Mas mesmo os duros e amargos são riquíssimos em vitaminas. E as vezes mais necessários do que os docinhos. Ao chuparmos um limão azedo, mal sabemos o bem que ele nos faz. Assim é com vossas famílias, me dizia Jesus.
Será que os familiares dos apóstolos não os acharam radicais demais? Será que as primeiras comunidades cristãs também não foram recriminadas e descritas como antro de gente doida que não valorizava seus laços parentais?
Todavia, o Senhor promete para nós o mesmo que prometeu a Cornélio através de Pedro: salvação para nós e para todos de nossa casa, graças ao nosso discipulado (Atos 11).
Que sejamos como a multidão dos apóstolos nas primeiras comunidades cristãs, um só coração e uma só alma, e que com esse testemunho possamos conduzir nossas famílias à santidade, já, ainda que seja de maneira amarga.
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