Sexta de manhã, aqui na Comunidade de Vida em um dos nossos cafés comunitários abrimos a seguinte discussão: você toma banho com ou sem chinelo?
Para nós da Comunidade como um todo essa discussão é velha. Entre uns goles de café, pão e broa saíram respostas como: tomo banho com chinelo em todos os lugares, tomo banho sem chinelo em casa, porém em ralos desconhecidos tomo banho com chinelo, não tomo banho de chinelo, tomo banho de chinelo porque vejo que alguns ralos não são limpos.
E enquanto falávamos, já me veio no coração a seguinte murmuração: “Meu Deus e lá vamos nós para mais uma pauta infindável que jamais acabará, chato isso.”
O Senhor me fez fazer memória de uma conversa que tive com meu Fundador, quando perguntei a ele porque tanta repetição com determinados assuntos relacionado a minha formação? Ele disse que somente pararia quando eu tivesse me convertido a respeito de tal.
Aqui está a chave! Olhe além…
A murmuração calou-se e vi além de um chinelo, chuveiro e ralo. E assim como o Senhor nos aponta na palavra do evangelho de sexta, das virgens prudentes, não era literalmente sobre um óleo, uma lamparina, ou quem era a virgem mais bonita.
A pergunta é: Se teus irmãos, maridos, esposos, filhos e visitas não encontram um banheiro limpo e por isso, passam até mesmo pelo risco de cair com chinelo no banheiro, como deseja que alguém olhe para tua vida e encontre autoridade necessária no seu testemunho para querer imitar?
Ou se ainda somos tão medíocres em não passar por obstáculos como banheiro sujo, como desejamos que o outro fique nu sem condená-lo, experimentar a sua miséria só impondo barreiras para não a tocar.
Não se trata do óleo da lamparina.
As parábolas são usadas de maneira catequética não somente para aquele povo, daquela época, mas para mim e você, povo burro e lento de hoje.
Talvez alguns de nós já entendeu de maneira implícita algum dia que as virgens prudentes foram mulheres muito ruins, egoístas, que poderiam ter partilhado e a matemática deixava pela Graça, todo mundo ficaria pelo meio do caminho, no final vinha a Graça e dava um “jeitinho”.
Ou até fazermos as analogias certas, entendermos que sim, as virgens prudentes estavam certas e que sim, não deveriam partilhar o que tinham. Pois, foi sua prudência que as fez chegar no noivo.
Corre querido, pode não dar tempo!
Até quando vamos ver os outros entrando em nossos banheiros e se sentindo desconfortáveis de tomar banho e ter que colocar chinelo? De encontrarem pecados que por vezes nem consideramos tão graves, são só pequenas imperfeições.
Pare de também olhar a sujeira do outro, esforce-se para ajudar a limpar.
Quantos não estão esperando para encontrar na sua vida, descanso, testemunho de felicidade que não somente vale a vida.
Se demorar muito, pessoas passarão a vida querendo tomar banho livremente e não conseguirão.
Lave seu banheiro!
Dentre as respostas do com ou sem chinelo, o problema sempre parava no ralo. Pois bem, limpe o seu. Ralo é lugar de escoamento e não entrada, deixe a sujeira sair.
Lave sua vida com a Palavra do Senhor, esfregue os com penitências, jejuns e mortificações, para de questionar e faça o que tem que ser feito e realizado.
Em banheiro limpo e conhecido ninguém tem medo de pisar.