Eu não existia!

Eu não existia! Eu era uma projeção, uma sombra, um estereótipo ou qualquer coisa assim. Uma criança querendo se sentir seguro, um adolescente querendo ser aceito, custasse o preço que fosse.

Isso até causava uma fugaz sensação de conforto. Fugaz. Sem constância ou permanência. Mas no final do dia, não preenchia. E isso aqui não é clichê não, viu? Se eu me esquecer dessa inspiração toda que eu escrevo, volto para o mesmo lugar no qual há um vazio enorme no meu peito.

Então “seduziste-me e deixe-me seduzir” (Jr 20,7), com dor mas com esperança, desanimando mas com pessoas me transmitindo coragem, livre pra ir embora a qualquer momento e tentado nesse sentido mas escolhendo permanecer. E graças a Deus eu permaneci.

No início deste ano (aqui na comunidade nosso ano formativo começa e termina em Julho) tudo virou de cabeça pra baixo e agora que estamos encerrando ele eu percebi que na verdade eu que andava plantando bananeira.

Eu não existia, mas o Senhor falou e eu fui criado, falou e eu fui chamado, falou e profetizou sobre mim, falou e me anunciou a salvação minha, dos meus e do alvo para o qual ele me envia.

Quantas vezes eu desejei a inexistência sem me tocar que eu já habitava nela?

Eu não existia, mas pela Palavra eu hoje existo, tenho sentido e rumo, que aponta para fora, para o outro e se consolida na eternidade, no Cristo Libertador.

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