Eu não sou excluída, sou exclusiva! – Testemunho Elisangela

Eu estou vivendo um processo dentro da comunidade que se chama restituição, e nesse processo eu poderia me sentir excluída. Mas, nos últimos tempos, o Senhor está me levando a ver que na verdade Ele me ama tanto, que não caminho na exclusão. Mas, sim na exclusividade do seu amor.

 

O que é ser restituinte?

Aqui em nossa comunidade, temos um processo de restituição. Esse processo pode ser acolhendo as meninas que saem da Fundação CASA e desejam mudar de vida. Ou, como é meu caso, membros que estão no caminho de consagração, porém precisam passar por esse processo para conseguirem caminhar da melhor forma dentro da vontade de Deus.

Precisamos responder o chamado de Deus cada vez de maneira mais rápida, assim como quando Jesus chama Pedro e prontamente ele larga as redes e o segue. Muitas vezes, no caminho de consagração não estamos conseguindo dar essas respostas, e por isso, existe o caminho de restituição, para que olhe de maneira detalhada o que está impedindo de dar essas respostas de consagração total.

 

Fuga ou restituição?

Alguns dias atrás Deus tem me falado muito sobre o meu processo de restituição, o motivo de estar aqui. Comecei me questionar se estava aqui por vontade de Deus ou se somente uma fuga da minha realidade da vida que vivia, dentro da minha casa e da minha família.

Isso por conta que para iniciar o meu processo de restituição eu saí da casa da minha mãe, e estou morando na casa da comunidade. Onde vou morar até o final do processo que dura um ano.

O tempo foi passando e inúmeras coisas aconteceram que me fizeram permanecer, então?

Deveria ter algum motivo para eu permanecer, eu precisava assumi-lo.

 

Sou restituinte

Me senti muitas vezes excluída mesmo estando aqui dentro da Comunidade. Não me sentia parte como deveria, olhava para os discípulos e me sentia olhada como inferior.

A palavra “restituinte” soava para mim como se eu estivesse vindo da Fundação CASA, me julgando também superior a elas.

Ao assumir que sou restituinte percebi que nem eu, nem elas somos inferiores. Somos iguais, só tivemos alguns caminhos diferentes.

O que antes falaria em lágrimas, hoje falo sorrindo “Eu sou Restituinte”.

Após 6 meses do meu processo de restituição, decidi que deveria dar um passo maior com aquilo que eu queria, que era estar cada vez mais próxima de Deus, resolvi sair do emprego e me dedicar mais ao servir na comunidade com meus irmãos, uma decisão de medo, mas de confiança em Deus. Sei que cumprindo a vontade Dele nada me faltará, pois ele é o caminho A Verdade e a Vida.

 

Um só coração

Por estar mais tempo na comunidade, pude até participar de mais orações e rotinas diárias, em uma das nossas orações da manhã, fizemos a reflexão sobre a primeira leitura.

O Rodrigo (um dos meus irmãos de comunidade), falava sobre Ananais, que era citado, o quanto ele foi importante no batismo Paulo, e que ele aparece uma única vez na bíblia, assim também como Barnabé, Tomé e tantos outros nomes que existem na bíblia, porém poucas vezes citados.

Isso me levou a refletir olhando para uma foto que foi tirada com toda a Comunidade de Vida e “EU” lá estava. Não tinha percebido que se formava um coração, só percebi quando uma pessoa comentou.

Ali, comecei a olhar o quanto faço parte, pois se eu não estivesse naquela foto, naquela posição, o coração não seria formado. Estar morando na comunidade é fazer parte desse coração, do coração da comunidade, “Ser um só Coração”. É assim que me sinto hoje.

 

Um amor exclusivo

Refletindo ainda sobre o processo, posso afirmar que se não existir mais o Processo de Restituição via Santa Maria Madalena (que é o nome dado a esse processo).Tenho uma certeza em meu coração: Deus preparou esse processo único e exclusivo para mim, é manifestação do amor Dele por mim. Se antes me sentia excluída, hoje me sinto exclusiva.

Cada um de nós tem uma história e de repente aqui estamos nós, cada um veio por um caminho e hoje estamos todos juntos guiados pelo Espírito  de Deus”

EU SOU RESTITUINTE                                                                                                                              

 

Elisangela Cabral