Quando falamos sobre Vida consagrada comunitária temos muito a dizer sobre o assunto, e a convivência é geralmente o mais falado.
Há quem ame, e também quem não ame tanto.
Porém, o que primeiramente precisamos entender é que Jesus nos chama a AMAR, independente do temperamento de nossos irmãos, manias e gostos.
Uma vez meditando sobre isso, e até partilhando em orientação espiritual, ouvi que a vida comunitária tem grandes graças particulares, mas também tem as suas dores particulares, e até mesmo profundas.
Por isso, a mesma comunidade que te fere é a mesma que te cura.
Digo isso, pois se analisarmos a fundo o sentido dessas palavras vamos ver que muitas vezes somos feridos, e não por pessoas que não temos um contato tão próximo, mas sim por aqueles que estão dia a dia conosco, e somos chamados a suportar essas dores, essas feridas. Pois, em diversas vezes ferimos o nosso Senhor e ele não cansa de estar conosco, mesmo estando ferido e machucado Ele escolhe nos amar!
VÁ PARA O CAMPO
Se estivermos em uma batalha e um dos nossos estiver ferido no campo adversário, será que iríamos de prontidão socorrê-lo? Ou olharíamos para saber quem é e dependendo nem iríamos até lá?
Na vida comunitária é necessário ir, caminhar, brigar para socorrer. Independente se aquele que está lá já te feriu muito, vá e ame, acolha, cuide, sem ressentimentos, ou julgamentos, só ame.
Uma vez uma amiga, inspirada por Deus me disse: “Vanessa, é necessário que você morra para que seus irmãos tenham vida.”
E senti que aquelas palavras eram o próprio Deus falando comigo e me pedia para morrer.
Confesso, que isso é uma luta muito grande para mim, pois me afasto muito deste pedido do Senhor, com minhas reservas, preferências e escolhas…
E hoje, venho refletir: Sim, é preciso, é necessário.
É preciso morrer para que meus irmãos tenham vida, para que eles sejam Santos, para que sejam salvos, para que tenham uma experiência com Jesus.
Essa morte se dá não como a morte que muitas vezes pensamos, que é a morte física…
É mais profunda e constante, uma morte diária praticada nas pequenas tarefas: acordar mais cedo para orar por esses que você sabe que precisa, deixar alguma preferência sua para estar com ele, incentivar ele a viver mais a santidade, quando estiver a passos à frente descer alguns degraus para levar este contigo para mais próximo do carisma. É cuidar dos filhos para que o casal viva um momento a sós, e nesses pequenos atos demonstrar amor…
Assim como nossa baluarte nos ensina em seu Diário:
“E o Senhor me disse: Fica sabendo, minha filha que o teu silencioso martírio de todos os dias, na total submissão à Minha vontade, leva muitas almas ao Céu.
Quando te parecer que o sofrimento ultrapassa as tuas forças, olha para as Minhas Chagas, e te elevarás acima do desprezo e do juízo dos homens.
A meditação sobre a Minha Paixão te ajudará a te elevares acima de tudo.
Compreendi muitas coisas que antes não era capaz de entender.”
(Diário de Santa Faustina 1184)
O AMOR…
Assim como Jesus se expôs para nos amar, se deixou ser ferido, chagado, cuspido, para que fossemos livres. Nesta liberdade, se preciso for, possamos nos deixar sermos feridos e, através, dessas feridas darmos acessos a cura.
No mesmo campo em que você foi atingido você será curado.
Um carisma traz em si o poder de curar. Busquei no dicionário o significado de cura:
FIGURADO (SENTIDO)•FIGURADAMENTE
melhora, remédio, solução.
Nas entrelinhas essa frase me chamou atenção: “para esse problema não existe cura sem sacrifício”
É necessário sacrificar para que o carisma em sua infinita graça possa nos curar.
Sacrificar-se pelo carisma, pelos irmãos, pela missão, pelas famílias, por nossas meninas (aquelas que atendemos na Fundação CASA).
Para nós, filhos deste carisma, que possamos nos amar sem limites, nos gastar pelos outros e principalmente por nosso apostolado.
Avançar em campo nesta luta pela santidade, socorrer os feridos e cuidarmos como Cristo cuida de nós.
Que graça seria ter um de nós ou todo nosso corpo nos céus, então que possamos nos sacrificar para que tenhamos a vida eterna juntos.
Por fim, que nunca nos esqueçamos desta frase que nos acompanha a anos: QUALQUER ESFORÇO É PEQUENO QUANDO SOMOS COMUNIDADE!
Amo vocês!
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