A dor de estar sem a Eucaristia

Vivemos um tempo em nossa Igreja que estamos sem Eucaristia, e isso me faz lembrar das virgens imprudentes que não adentraram com o Noivo.

Imagina a dor que aquelas virgens imprudentes sentiram ao ver que o Noivo já tinha chegado e elas não adentrariam com Ele.

Elas estavam do lado de fora. Podiam talvez ouvir a alegria que estava dentro daquela casa, e elas não poderiam participar.

Foi essa reflexão que fiz na última semana.

Na última quarta-feira, enquanto fazia minha ação de graças após a comunhão, me dei conta que aquela talvez fosse uma das minhas últimas comunhão eucarística por um tempo indeterminado.

Naquele momento, aquilo doeu meu coração.

Lembrei-me das virgens prudentes e imprudentes, qual eu sou?

As virgens imprudentes

No mesmo momento que rezava falando que poderia ser minha última comunhão, Jesus me dizia: Giovana, e quando foi diferente disso?

Foi aí que me dei conta que estava agindo como as virgens imprudentes.

Quantas vezes eu comunguei com a garantia que na próxima semana comungaria novamente? Ou até mesmo no próximo dia?

Eu não perdi essa garantia apenas nessa época de epidemia, eu nunca a tive. A qualquer momento posso morrer e também ficarei sem eucaristia.

Aquelas virgens também poderiam pensar que teriam o amanhã para ir atrás do óleo. Eu consegui sentir a dor delas, pois era a minha dor.

E sabe qual é a maior imprudência que podemos ter?

NÃO PENSAR NA MORTE!

Que loucura é não pensar na morte

O desespero que assola todo o mundo nos dias de hoje não é só por conta da doença em si, é por conta da morte.

Não pensamos na morte, e vivemos com falsas garantias como se tivéssemos outros dias.

Já falamos aqui algumas vezes, mas meu fundador sempre repete isso para nós.

A maior artimanha do demônio não é nos convencer de não nos convertermos, é nos convencer de buscar a conversão amanhã.

E assim ele faz durante toda a vida, o problema é que esse amanhã não temos. O noivo pode chegar a qualquer momento.

Pensemos na morte

A umas semanas atrás eu estava na praia, e um menino de 24 anos se afogou bem perto de mim.

Os bombeiros o procuraram por 2 horas e não o encontraram. Que angustiante foi essa procura. Que dolorido foi ver a namorada e a família dele na areia chorando.

Após 2 horas a maré jogou o corpo dele para próximo da orla, e o encontraram morto.

Ver aquele menino morto na minha frente me impactou, foi tudo tão rápido.

Desde esse momento eu tenho meditado mais sobre a morte, pois acidentes podem acontecer, epidemias podem surgir, e o noivo pode voltar. E como estarei?

Será mesmo que estou me preparando para morte? Se estou, por que tanto medo de morrer então? Afinal, aqueles que se preparam bem para esse dia, vivem o mais belo encontro, o encontro com Jesus. O que poderia ser melhor do que isso? Que apego nessa terra?

Será que Ele me conhece?

“Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: não vos conheço!” Mt 25, 12

Essa é a resposta do noivo para aquelas virgens que chegam atrasadas.

Isso é o que eu tenho mais medo de Jesus me falar: Eu não te conheço!

Aquelas mulheres chegaram atrasadas, e fala sério, que momento oportuno estamos tendo de organizar nossas vidas.

Quantos de nós estávamos atrasados? Com tudo, trabalhos atrasados, leituras atrasadas, vida de oração atrasada, reflexões sobre a vida, o valor das pessoas, sobre a morte, tudo atrasado.

E agora estamos vivendo um momento que muitos de nós estamos em casa, e tendo a oportunidade de colocar muitas coisas em dia.

O noivo está chegando, e não podemos nos atrasar para sua chegada.

Muitos estão apavorados por as igrejas terem sido fechadas, e de fato, isso é muito triste.

Mas meu irmão, não se esqueça de uma coisa, é o noivo que vai ao encontro de suas noivas.

Para as noivas, só cabe a preparação adequada.

A noiva somos nós, a igreja de Cristo. O noivo é Jesus. A preparação adequada é a nossa santidade.

Convertei-vos e credes no evangelho!

Rezávamos isso na quarta-feira de cinzas, agora podemos viver intensamente. Basta nos prepararmos bem nesse tempo, e o noivo adentrará em nossas casas.

Agora, se continuarmos com uma vida imprudente, uma vida atrasada, uma vida sem santidade, o noivo chegará e ficaremos do lado de fora.

Consegue perceber agora que já estávamos do lado de fora mesmo com as igrejas abertas?

Vamos juntos mudar isso! Eu busco daqui, da minha casa, e você busca da aí.

Em breve estaremos com o noivo, na santa comunhão. E em breve, também, estaremos com o noivo nas núpcias eternas.

Uma boa e santa Quaresma (e quarentena)!

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