Essa meditação se iniciou quando li parte do ofício de leitura de semana passada, e logo pela manhã, tocou profundamente meu coração sobre o verdeiro amor e um autêntico apostolado.
É uma homília de Santo Agostinho com o título “A força do amor vence o temor da morte”. Você pode ler ela na íntegra por aqui.
A resposta de amor exige apostolado
Provavelmente todos nós conhecemos a profissão de fé de Pedro (Jo 21, 1 – 20).
Jesus o encontra a margem do mar de Tiberíades e pergunta três vezes se ele o ama.
Pedro, por sua vez, responde as três vezes que o ama, e em continuidade ao diálogo, Jesus ordena: “Então apascenta as minhas ovelhas”
A resposta de amor de Pedro se concretiza a partir do momento que ele apascenta as ovelhas de Cristo.
Se ele tivesse apenas dito que o amava, e não tivesse apascentado as ovelhas de Cristo, estaria apenas apascentando a si mesmo.
Dessa forma, estaria apenas se amando, e não amando a Cristo de verdade.
O amor a Cristo, de verdade, exige apostolado. Sabe aquela história: “A salvação é individual, então tenho que me preocupar só com a minha?”
É cilada! A salvação é individual, mas, se amamos Jesus Cristo de verdade, precisamos ter uma vida apostólica que propaga essa salvação aos outros, e se preocupa com a salvação de todo o povo.
O consagrado apascenta
O chamado para todo consagrado é apascentar as ovelhas de Cristo, e não apascentar a si mesmo.
Tu me amas? – Jesus nos diz. – Então, apascenta as minhas ovelhas!
É a ordem que Jesus deu a Pedro diante de sua resposta positiva a um chamado.
Apascentando as ovelhas de Cristo, já estaremos sendo apascentados pelo Grande Pastor, que é Jesus.
Um consagrado nunca apascenta a si mesmo. Sempre apascenta as ovelhas que Deus o confiou.
Primeiro passo, encontro-me com Jesus e deixo Ele me amar.
Diante desse amor, dou o segundo passo de amá-lo.
Terceiro passo, apascento as ovelhas com uma vida apostólica.
De acordo com o que foi confiado
Nas novas comunidades, os fundadores são os pastores diretos do rebanho. Com isso, é cobrado deles de acordo com a proporção do dom, que lhes é dado e confiado.
A responsabilidade de pastoreio de um fundador é muito grande. Dele, será muito cobrado em relação à este apostolado específico e dessa profissão de fé feita em primazia por Pedro.
“Mas, se o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas, suscitou tantos mártires entre as suas ovelhas, quanto mais devem lutar pela verdade até à morte, e até ao sangue, contra o pecado, aqueles a quem o Senhor confiou a missão de apascentar as suas ovelhas, isto é, de as instruir e orientar?
Perante o exemplo da paixão de Cristo, e ao pensar em tantas ovelhas que já O imitaram, quem não compreende que os pastores devem ser os primeiros a imitar o Pastor?” (Santo Agostinho – Tr. 123, 5; CCL 36, 678-680) (Sec. V)
Os fundadores são os pastores dessa terra que são imitados por um rebanho, por isso, precisam de uma luta ainda mais assídua contra o pecado, lutar até o sangue pela santidade.
De fato, no coração dos fundadores exige-se uma preocupação maior, eles são os mártires suscitado entre as ovelhas, que devem lutar pela Verdade até à morte. Talvez, não tenham a graça de derramem seu sangue, mas precisam exigir de si um martírio diário, que derramam toda sua vida.
Os fundadores são os primeiros mártires de um rebanho, morrem para dar vida A Verdade de Cristo manifesta em seu carisma.
Um único rebanho
No final, o que nos resta é a verdade de que existe um único pastor e somos todos de seu rebanho, e é por Ele que fazemos todas as coisas:
“Na verdade, os mesmos pastores são também ovelhas do único rebanho, governado pelo único Pastor. De todos nós Ele fez suas ovelhas, por todos nós padeceu; e, para padecer por todos nós, Ele mesmo Se fez Cordeiro.”
(Santo Agostinho – Tr. 123, 5; CCL 36, 678-680) (Sec. V)
Cristo é o nosso bom pastor, e nós somos suas ovelhas, seja como fundadores ou consagrados. Religiosos ou leigos. Casados ou sacerdotes.
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