No último Horeb nós experienciamos a via sacra e o Senhor me falou sobre a alegria da Cruz quando eu fui impulsionado a carregá-la por algumas estações.
A dor da Cruz
Olhar para a via sacra e para a cruz sempre foi uma dificuldade para mim, meu olhar limitado enxerga dor, sofrimento, culpa e morte. Minha visão pusilânime só enxerga as feridas que eu causei.
E sempre que ouvi dizer que o Cristão deve assumir o outro lado da Cruz, que o discípulo deve se assemelhar ao mestre, eu entro num estado de assombro interno e pouco consigo elaborar essas palavras.
A alegria da Cruz
Mas nesse dia, naquela via sacra eu entrei justamente nesse assunto com o Cristo enquanto eu carregava simbolicamente aquela cruz e vestia aquela coroa de espinhos.
Perguntava: “como o Senhor pôde suportar o peso do mundo neste madeiro?” E depois de um tempo algo foi ficando claro na minha mente.
O peso da Cruz era suportado pela alegria de estar fazendo a vontade de Deus.
Mesmo nas ofensas, mas calúnias, na dor, no suplício, no carregar da Cruz, nas chagas das mãos e dos pés, nas horas pendurado, no abandono e na morte havia um enorme consolo: estar fazendo aquilo que deveria ser feito, estar cumprindo a missão pessoal, estar vivendo a vontade do Pai.
Me chamou à alegria da Cruz
Em seguida, após entender isso da parte dele, ficou claro pra mim também a minha parte nessa história.
Não tinha uma visão holística dos desafios deste ano, mas já enxergava alguns, que somados constroem-se como em uma cruz para mim. Este é o ano das podas.
E olhando para essa cruz o Senhor me convidou a carregá-la alegremente na consolação de estar fazendo o que precisa ser feito.
As quedas no caminho
Isso já bastaria para eu seguir firme e forte a minha jornada, eu sei. Entretanto, lembra da visão limitada que eu citei no começo do texto? O desafio de vencê-la é grande.
Quando alguma dor chega, um incômodo entra e permanece, uma falha dá as caras etc., eu facilmente me esqueço da consolação e perco a rota.
Quem convive comigo percebe claramente e o processo de retomada nem sempre é dos mais rápidos. Com isso eu falho nas minhas obrigações, ministérios, relações e deveres.
Retomar e seguir
Este sou eu, na luta por me erguer sempre e tentando encontrar outras maneiras de abrir melhor meus olhos e ouvidos à alegre consolação da Cruz para não me deixar levar pelos incômodos da vida.
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