Por estes dias em Belo Horizonte (MG), tive a oportunidade de visitar o museu de arte pós moderna do BBCC. Dentre as muitas supostas “obras de arte” sem beleza estética quase que nenhuma, e uma enxurrada de críticas infundadas e tentativas pífias de estabelecer um diálogo entre elementos que se quer deveriam se tocar, por serem opostos, me deparei com o painel acima!
Procuro-me, 2002, é uma obra da artista Lenora de Barros que mostra diferentes autorretratos da autora. Em cada frame apresentado vemos sempre duas fotos da mesma pessoa, com características físicas diversas. Ora o que mudou fora o cabelo, ora algum realce de maquiagem, mas em todas as fotografias a cara é de espanto com o que parece ter-se achado.
Metamorfose ambulante
Fica difícil saber o que os modernos e pós modernos de fato querem transmitir com suas obras, ou qual é sua crítica exata, aliás, quase nunca se vê exatidão, padrões ou se quer mensagem clara nestas maravilhosas obras.
Todavia, ao me deparar com este painel me vieram duas coisas. A primeira é a musica do Raul Seixas – Metamorfose Ambulante. Quem como o cantor prefere ser uma metamorfose ambulante, jamais chegará a definição de sua identidade mais íntima e profunda, e não se conhecendo, jamais conhecerá a Deus, pois este é o ser Perfeito e Imutável.
É evidente que até o fim da vida estamos em curso de conversão, de purificação, de transfiguração, mas assumir que sou uma metamorfose me tira da busca e me coloca na passividade de assumir que sou um ser fluído e que caibo em qualquer forma, posso ser o que quiser. Relativismo e Gênero, eis as ideologias medonhas em voga.
Autoconhecimento fim ou meio?
Procurar-se não é ruim, é muito bom, o problema é entender que sua condição existencial final é a busca. Ter consciência de que não há consciência certa ou errada é o problema. Quem se contenta com o estado transitório de busca, jamais encontrará a verdade. E não adianta denigrir a “velha opinião formada sobre tudo”, existe uma verdade sobre os fatos e sobre quem sou. Pode ser difícil de achar, mas existe!
No painel “Procuro-me” as várias representações da mesma pessoa não revelam quem de fato a pessoa é. Confundem, enganam, escondem! Denotam insegurança, imprecisão, falta de consciência e visão distorcida, que apresentam na fluidez uma tentativa de justificar o não ser!
A dor da alma humana está em não encontrar alguém que confirme quem se é. A dor da alma humana está na dificuldade de encontrar a verdade. A dor da alma humana não diminuí, ou some quando se assume a busca como cura, ela só aumenta e para quem decidi viver sem cura. Engano pós moderno!
Eu me encontrei
Bom, jamais saberei o que a Lenora quis dizer com sua obra, uma porque não vou atrás desta informação, tenho que me procurar, procurando a Deus, o tempo urge e quero chegar em uma resposta, e não numa eterna procura. E outra, desejo procurar a Deus primeiro, no caminho tenho certeza que me acharei, e espero me achar buscando a Ele, afinal, quem mais pode falar com clareza sobre a obra de arte de suas próprias mãos e inteligência, é o autor.
As obras modernas apontam para a fluidez, a não identidade e a eterna crítica, sou obra clássica, acabada, com uma identidade clara e profunda, e jamais serei uma eterna critica. Quem vive criticando é chato, e logo abandonado, ninguém suporta quem só crítica. Sou filho de Deus, homem, casado, pai, consagrado, cristo libertador, sei minha origem e meu destino, algumas buscas já chegaram ao final, sigo buscando a santidade, não posso perder tempo somente me procurando, como se a busca já fosse o encontro!
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