PARE DE OLHAR SÓ PARA OS TRAUMAS

Eu vejo pessoas com listas intermináveis de traumas que viveram, com seus pais, com o antigo namorado, na Igreja, no serviço… Vejo pessoas, porque primeiro eu já fui essa pessoa.

Chegamos para as adorações e terapias com milhões de motivos que comprovam que a minha vida é a mais sofrida de todas. E quando conseguimos superar um trauma, encontramos muitos outros.

O grande problema é que quando só olhamos para os traumas, ficamos viciados em encontrar trauma em tudo e pode ter certeza de que cada vez achará mais, afinal, tudo virará trauma. Do contrário, não conseguimos enxergar as graças que nos encontraram. Se você está lendo isso, uma graça com certeza você já tem, está vivo, não escrevo para mortos.

A culpa dos pais

Há uma grande tendência na sociedade de hoje do discurso de “perdoar os pais”, afinal, nesse ritmo de encontrar os traumas, culpamos eles por serem os autores da maior parte.

Uma vez escutei o Ítalo Marsili falando para tirarmos isso da nossa mentalidade, e antes de tudo termos um olhar de gratidão, pois nossos pais deram algo que nunca poderemos dar a eles, a vida. Como isso foi libertador para mim! É real!

Não estamos isentos de experiências traumatizantes e nunca estaremos. Meus filhos muito provavelmente em algum momento serão traumatizados, e aí?

O que eu posso fazer diferente é como eu encaro a minha vida e as situações que eu vivo. A escolha de evidenciar as graças ou os traumas.

O primeiro trauma

O primeiro trauma foi a entrada do pecado em nossa humanidade, tudo é consequência disso. Traumatizou nossa relação com Deus, que é fonte de toda harmonia e amor em nosso convívio, traumatizou nossa essência, a nossa pureza, a criação.

E uma coisa é certa, do pecado nunca estaremos isentos, sempre precisaremos lutar para nos libertar dele.

Assim como o pecado não pode nos condenar, os traumas também não o podem. Pois, Deus já nos libertou em Sua Cruz. A morte de Jesus na Cruz é para nos dar a plena liberdade, do pecado e de todas as suas consequências, incluindo a consequência causada pelos traumas.

Fazer memória das graças

Em rápidas lembranças, lembro das histórias da infância dos meus pais, histórias sofridas. Lembro do meu pai falando que o melhor presente que recebeu de Natal foi um bombom Sonho de Valsa. Da minha mãe contando as dificuldades, de dia que não tinham dinheiro para comprar a comida, que esperava o Natal para ganhar roupa de uma tia que dava para ela, e esse era um dos únicos momentos que ganhava roupa, e tantas outras histórias.

Poderia olhar para tudo isso apenas com um olhar traumatizante, como muitas vezes fiz, mas vejo que nas dificuldades que eles passaram, forjaram meu caráter. Essas dificuldades fizeram deles homem e mulher de fibra, honestos, generosos, trabalhadores, batalhadores, e passaram isso para mim. Se eu parasse só no trauma, perderia de desfrutar dessa providência.

A providência nos encontra

Essa semana eu lembrava de minha mãe lendo para mim quando eu era criança, e explica muito o porquê hoje tenho uma certa facilidade com a leitura. E posso fazer tantas e tantas memórias de providência através da minha família… foi aqui que Deus me quis, e é aqui que sua providência pode se manifestar.

Eu não escolheria outra família, pois se Deus escolheu essa para a minha vida, como eu poderia escolher outra melhor?

Com certeza, todas as experiências vividas me formaram quem sou até hoje. E tendo uma experiência com Cristo, todos os traumas são infinitamente superados pela providência de Deus e Seu Amor que sempre nos acompanhou. Desse Deus que de todo mal pode tirar um bem infinitamente superior, pois Ele é o Sumo Bem.

É para liberdade que Cristo te libertou! Ressignifique seu olhar, olhe para as graças!

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