O Valor da Família Espiritual

Aqui na Comunidade temos falado bastante sobre fraternidade, famílias consagradas e toda mística que envolve essa realidade. E no último sábado, o Senhor nos falou disso através do Evangelho curto e direto:

“Naquele tempo, enquanto Jesus falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. Jesus respondeu: “Muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”.

O primeiro ponto que me chama atenção nessa passagem são as condições para fazer parte dessa família espiritual, que são a escuta da Palavra de Deus e a realização dela.

Primeiramente aquela boa e velha máxima de que precisamos ser íntimos primeiro de Cristo, e depois de todo o resto. A primeira voz que importa é a Dele, e é por essa palavra de vida que somos sustentados em nossas vocações e caminho de santidade.

Depois temos a prática dessa vontade, e como já ouvimos, podemos sofrer uma rejeição do corpo, mas também podemos escolher livremente não fazer mais parte do mesmo. Quando escolho não fazer a vontade de Deus para a minha vida.

 

“Deixe tudo para Me seguir!”

Quantas vezes já ouvimos que a família espiritual é mais importante que a família de sangue, pois bem, é uma verdade evangélica.

Não sou eu que estou dizendo, é o próprio Cristo nessa mesma passagem. Na Igreja primitiva era assim, ao longo de toda história e da vida dos santos foi assim e conosco não poderia ser diferente.

Para alguns é um assunto um tanto quanto delicado, e entendo isso. Mas é necessário fazer essa distinção, porque não é uma questão de excluir aqueles que não escolheram viver o mesmo caminho que eu, mas sim de cumprir a voz superior de Cristo que me chama e deseja uma resposta minha.

E muitas vezes isso exige que eu deixe pai, mãe, filhos e amigos próximos.

 

Decidir pela minha Família Espiritual

Dado isso, não significa que viver em comunidade se torna fácil porque escolhi por isso. Na verdade, em alguns casos, é mais difícil ainda porque chegar na união afetiva que uma família saudável de sangue possui não é simples.

Claro que o nome -espiritual- por si só já diz que transcende laços carnais, mas se ficarmos só na mística e na beleza, e não aplicarmos na prática seremos como os fariseus hipócritas.

Como aqueles que pregam sobre a vida e o amor fraterno, mas no fundo não estamos dispostos a morrer pelo irmão que está ao lado como eu morreria pelo meu pai ou minha mãe, por exemplo.

Dar a vida é muito mais do que dizer que dou meu tempo todo para Cristo, através da obra, é de fato, morrer pelo irmão. A morte da minha impaciência, egoísmo, arrogância, prepotência e soberba.

 

Os primeiros a morrer

Muito fácil seria dizer que somos uma família espiritual, se a todo tempo eu estou sendo servido e não ao contrário. Muito gostoso é dizer que somos família espiritual quando nas minhas relações existe muito mais interesse do que sacrifício, se estou muito mais preocupado com o meu próprio umbigo.

E mais ainda quando rebaixo os meus irmãos por eles, em algum aspecto, serem menos inteligentes, ágeis, bem-dotados ou qualquer adjetivo que julgamos a nós mesmos. Em uma família de sangue existe hierarquia, assim como na família espiritual também tem, e precisamos ter isso muito claro em nossos corações e mentes.

Mas não usemos isso para nosso próprio bem, lembremos: aqueles que estão na linha de frente de batalha, são os primeiros a morrer.

Como lemos no texto do nosso fundador semana passada, a vida fraterna é um dos pilares que não deixará que sejamos confundidos pelo Anticristo.

Por fim, demos o nosso máximo pelos irmãos para assim não termos um membro Cristo Libertador santo, mas uma comunidade inteira canonizada. É possível!

 

LEIA MAIS:

 

Duas dicas para não sermos enganados pelo anticristo!