O trabalho dignifica o homem

“O trabalho dignifica o homem. Mas é o homem quem santifica o trabalho!”

Exortação que o Senhor me deu em 09/12/2020 em nossa adoração comunitária na capela Santa Luzia.

 

Os dois polos

Em tempos de vacas magras e alguns pouquíssimos bois bem gordos por aí, a humanidade se divide entre dois pólos:

  1. Aqueles que valorizam o trabalho honesto e esforçado como meio de se alcançar a dignidade humana, e sustento, porém que tiram das mãos de Deus o status de Pai Provedor;
  2. Aqueles que desejam enriquecer trabalhando o menos possível, mergulhados na lei do mínimo esforço e do máximo lucro. Ou seja, vivem chafurdados no pecado da ganância e da preguiça.

Para estes últimos (2) o ditado popular que diz que o trabalho dignifica o homem resolve a situação, se for acolhido e vivido é claro. Preguiça e cobiça se resolvem com trabalho duro.

Agora para o primeiro caso, especialmente para aqueles que entenderam e desejam assumir seu chamado universal à santidade, é necessário um passo a mais.

 

A santificação do trabalho, ou rua!

O passo a ser dado é o de cada santo homem e cada santa mulher santificar o seu trabalho, equalizando-o aos seus valores cristãos. Colocando-o, portanto, abaixo de sua busca pela santidade.

Em outras palavras, caso seu trabalho esteja te conduzindo ao pecado, e você não tenha forças para o purificar, abandone-o. Encontre outro.

Sem “churumelas”, por favor. Existem ocupações que são contrárias à santidade. Várias delas ilícitas civilmente falando e muitas delas ilícitas moralmente e teologicamente falando. Vou ser mais claro.

 

Cortemos o pecado

Todos deveríamos rechaçar oportunidades que nos levariam explicitamente a matar e a roubar, porém, a grande parte de nós aceitaria trabalhar em um banco, ou grande empresa que cobra juros abusivos de seus clientes, ou usa de má fé para enganá-los e vender seus produtos, em troca de um bom salário e de seus benefícios materiais.

O nome disso não seria roubo também? Ganância, cobiça? E em alguns casos até uma condução à morte de quem se engana?

 

Trabalhou, trabalhou, na hora de curtir… morreu!

Pois bem, diminuindo o grau de dramaticidade, o que dizer de uma humanidade que se mata exageradamente para conquistar bens perecíveis e se esquece dos eternos, que não perecem?

Não sei você, mas eu passei alguns anos da minha vida muito cansado, lutando por sonhos materiais, sem tempo de orar com qualidade, por exemplo.

Conheço muitos homens que estão galgando fortunas aqui na terra, porém, se distanciando a cada dia do céu. E o pior de tudo, muitos deles vão acabar morrendo sem nem se quer desfrutar das riquezas alcançadas. Sem nem se quer ver seus filhos crescerem, e pasmem, se perderem.

Não estou jogando praga não, nem sou invejoso, estou constatando fatos. Ou você não conhece ninguém que trabalhou a vida toda, e quando resolveu se aposentar para curtir a vida, veio a falecer quase que instantaneamente?

 

O trabalho santificador

São Paulo nos ensina que quem não trabalha não deve comer, todavia, ele deixa claro que seu primeiríssimo trabalho é evangelizar e ser aquilo que precisar ser para salvar alguns a todo custo. Será que nossa prática profissional está nos salvando? Salvando nossa família? Fazendo muitos homens e mulheres se encontrarem com o Senhor?

Quem entrará no céu? É melhor corrermos!

Cuidado! Não são os dignificados pelo trabalho que vão pro céu, mas sim os santos que trabalharam, se gastaram, não se economizaram para que Jesus fosse conhecido.

Será que vai dar tempo de ser missionário só após seus filhos serem criados? Ou sua aposentadoria chegar? Ou você viajar para os lugares que deseja? Já dizia o Senhor que os mortos enterrem seus mortos (Lc 9,60).

 

Corramos enquanto há tempo

Há dois meses atrás estivemos em um retiro para novas comunidades, com o tema Separados pelo Senhor. O tom de todas as falas, pregações e orações era de urgência no seguimento a Jesus.

O Espírito Santo deixou claro que tinha pressa, pelo menos para os estavam naquele encontro.

Conhecemos, então, a história da esposa de um fundador de uma comunidade que já existia há uns quinze a vinte anos (o nome não vem ao caso). Esta mulher tinha ficado viúva há 3 meses.

O que normalmente já seria trágico se tornou ainda mais impactante quando ela testemunhou, que tinha planos com seu marido de deixar tudo para ser comunidade de vida, e que só estavam esperando o seu último filho terminar os estudos. Ao terminar, o pai faleceu! Agora ela tinha de prosseguir sozinha. Uma historia de embargar a voz, e gelar o coração.

 

Só temos o hoje

Como dizem os Racionais MC’s o amanhã é ilusório, o passado já foi, o que temos é o hoje.

Precisamos ser santos agora. Seguir Jesus já. Se precisar mudar de emprego, mude hoje. Ou santifique-o hoje.

Não estou falando para tomar decisões imprudentes, e viver de qualquer jeito, mas sim com o senso de urgência dos santos à flor da pele. Ele pode voltar, ou te chamar hoje!

Que o Senhor nos dê coragem e ousadia para corrermos, ou do contrário não receberemos a coroa de glória que Paulo recebeu. Ou santos ou nada! Ou agora, ou nunca!

 

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