Existe muita gente se dando mal na vida por não possuir um bom conselheiro, ou, no caso dos católicos, de um bom diretor espiritual. Não estou falando de prosperidade financeira, estou falando de santidade e de progresso como ser humano. Os coachings se multiplicam juntamente com os psicólogos, estes últimos, muito necessários, mas a pergunta que não quer calar é: até quando vamos colocar a carroça para puxar os bois?
Enquanto fundador de uma Nova Comunidade e diretor espiritual tenho visto muita gente que chega ao fundo do poço em sua vocação, em seu casamento, em sua profissão, porque julgou tudo, unicamente, segundo a sua vontade. Sim queridos a velha soberba de sempre, assombrando a humanidade desde o Éden.
Imparcialidade
Não precisa ser muito inteligente para saber que a imparcialidade é qualidade fundamental para um juiz exercer um bom julgamento. Outro ponto, é que quem não está envolvido com o problema, consegue ter uma visão melhor da situação e pode emitir um parecer, opinião, ou conselho de maneira mais sensata e reta. Infelizmente não é o que temos visto na suprema corte de nosso país, mas isso é assunto para outro momento.
O fato é que desde os primórdios do catolicismo, os fiéis (leigos ou clérigos) são convidados a dialogarem com um diretor espiritual. Alguém preparado, que possua uma fé impassível, e com o dom para aconselhar. Imagine quantas vezes Jesus não deve ter se aconselhado com sua mãe e pai, quando estava encarnado no meio de nós. Mesmo sendo Deus, ao se fazer um de nós optou por ter que galgar os mesmos passos de construção de consciência e de aprendizado.
Quando comecei a atender individualmente os membros de minha comunidade, a alguns anos atrás percebi o quanto a falta de direção espiritual prejudica a vivência de fé de cada um. O quanto não sabemos como e por onde progredir e atingir altos patamares de santidade. A verdade é que com um bom guia já está difícil, imagina caminhando às escuras de sua própria percepção?!
O fracasso da santidade
A verdade é uma só, atestada por grandes teólogos, em especial um que gosto muito, Antônio Royo Marin, autor de muitas obras de teologia espiritual, “a falta de direção espiritual ou a deficiência da mesma é um dos três grandes fatores que levam o projeto de santidade dos indivíduos ao fracasso”.
Calma não fique aflito que virá aqui em nosso blog uma série de textos sobre Direção Espiritual, na tentativa de esclarecer e ajudar quem quer que seja a entender que caminhar sozinho é muito arriscado.
Por ora, termino esta primeira reflexão perguntando a mim mesmo e a você que está lendo, será que somos humildes, e temos a coragem de expor nossas misérias para alguém? Será que não é hora de buscar ajuda e reconhecer que sozinho tenho grandes chance de fazer burradas e inventar um Jesus Cristo que se adeque às minhas carências, uma teologia adaptada ao meu pecado? Reflita e até o próximo texto.
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