O Senhor tem falado muito comigo a respeito da palavra coração, claramente que não no sentido literal da palavra, mas sim, no seu sentido analógico. Isso, através dos exercícios propostos pela comunidade, mas sobretudo, em formação pessoal.
Coração: órgão de extrema importância para a nossa sobrevivência. Tem a função de bombear o sangue rico em oxigênio para todos os tecidos do corpo humano.
O que se espera de um bom coração?
O ditador é aquele que é eleito para exercer um poder absoluto, que julga subjetivamente, quando na verdade apenas quem pode julgar dessa forma é o nosso Deus. Um coração ditador é esse, insensível e soberbo, beirando a morte.
Já um coração dilatado é aquele que sabe o seu lugar, que tem consciência da sua função, que bate no compasso do Espírito e que bombeia o sangue rico em oxigênio e nutrientes, gerando vida através da humildade, sobretudo da caridade, do amor.
O coração dilatado é um coração saudável. É esse coração que se espera.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus (Mt, 5,8)
A soberba endurece o coração
Tenho descoberto muitas coisas nas minhas formações pessoais a respeito da minha história. Uma delas é que o meu coração estava prestes a se tornar este coração ditador, não empático, endurecido pelos fatos que ocorreram em minha vida.
A necessidade de se mostrar forte o tempo inteiro, embotar a tristeza para que ninguém visse, ou julgasse que eu era coitada ou fraca, com isso, fomentou em mim uma soberba que nem se quer eu enxergava, a chamada soberba enrustida. Olhava para os outros em seus pecados, suas dores e o meu pensamento soberbo dizia: “que pessoa mole! Já passei por coisa pior e não faço todo esse drama!”.
Por muitas vezes me faltava a empatia, simplesmente esquecia que cada um tem a sua dor, que só a pessoa sabe pelo sofrimento que está passando, o quanto aquilo dói nela.
Somos seres diferentes, que sente diferente, reage diferente. Somos únicos, cada um em sua particularidade.
A soberba nos cega e nos torna insensíveis.
É necessário uma vida interior
Quando falamos do coração não falamos só dos sentimentos, mas também da razão, daquilo que tem de mais profundo em nosso interior.
Outro dia ouvi em uma pregação que a vida interior é como se fosse dois cachorros bravos, ganha aquele que você alimenta mais, ou seja, nascemos com a capacidade para o bem que o próprio Deus concedeu a cada um de nós, mas ao mesmo tempo nascemos com a inclinação ao pecado (mancha do pecado original). Ganha aquele que você quiser alimentar- o bem ou o mal.
O mal é alimentado com o pecado, no meu caso, a soberba que não permitia com que o meu coração se dilatasse, pelo contrário, o coração estava dividido pelo pecado, não estava inteiro.
Um coração inteiro permanece
Assim como nenhum dos ossos de Jesus é quebrado no alto da Cruz porque Ele é dado a nós por inteiro, assim deve ser um coração, inteiro e dado a Ele.
Ir a Deus de todo o coração e não pela metade. Tal como o coração precisa estar inteiro para bombear o sangue e exercer a sua função, assim precisa ser o nosso coração, o nosso homem interior, é necessário estar inteiro para a vocação a qual sou chamada, para que ela possa ser fecunda e gerar vida.
Descobrir e reconhecer isso, foi um passo para a minha libertação, consequentemente estou deixando com que Deus transforme esse coração que estava em vias de se tornar ditador para um coração dilatado.
Que o Senhor me conceda a graça de ampliar meu coração para amar, me doar e me sacrificar pelas almas por amor a Cristo.
Jesus manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso.
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