Estamos no tempo pascal, e a liturgia de nossa Igreja está batendo forte na máxima que nos é apresentada por São Paulo:
“Porque, se confessares com tua boca que Jesus é o Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo!” (Rm 10,9)
A salvação e a fé
E aqui está o centro da Boa Nova. O messias tão esperado pelos judeus se encarnou como um de nós, cresceu como um de nós, viveu no meio de nós, e em tudo foi semelhante a nós, menos no pecado (Hb 4,15), morreu por nós, e ressuscitou ao terceiro dia, ELE VIVE!
Em tempos, onde pouquíssimo se fala de salvação, é necessário que assumamos o mandato apostólico de Cristo, O anunciando a todas as nações, e batizando a todos em nome da trindade. Porém este anúncio, e este batismo não são de fácil compreensão, necessitam de fé de quem anuncia, e de fé de quem o recebe.
Como achar de fácil entendimento a ideia de um Deus infinito que se esvazia para entrar na história, se submetendo à condição finita do homem (Fl 2,7)? Como compreender a vinda de um messias humilde, sereno que pretende estabelecer seu Reino através do amor e da paz, ao invés das armas e da guerra (Rm 14,17)? Um messias que por amor se deixa humilhar e crucificar (Is 53)? E o pior, como crer na ressurreição de Jesus, se não vimos, somente ouvimos dizer?
Eu chamaria esta missão de ingrata e impossível, se não fosse pelo dom da fé!
A salvação e o inferno
Retornando à magnifica sentença de São Paulo aos Romanos, fica bem evidente que o caminho da salvação foi nos dado. Para ser salvo são necessárias duas atitudes: 1) professar com a boca que Jesus é o seu Senhor; 2) crer no coração que Deus o ressuscitou dos mortos; Sem uma dessas duas atitudes a salvação não é alcançada. Não quero entrar no polêmico assunto de se há ou não salvação fora da Igreja, ou quem vai ou não vai para o inferno. O magistério bem nos ensina sobre estes temas, se estiver interessado vá estudar.
Apenas uma ressalva, e um aviso de irmão, aliás, dois: 1) A misericórdia de Deus não tem limites, porém sua justiça também não, fique esperto, o Senhor não deixa de educar os que ama como filhos se assim for necessário (Hb 12,6); 2)O inferno existe e deve estar cheio, não caia na ideia idiota de que o inferno está vazio, afinal onde estaria então a justiça de Deus (Ml 4,1; Mt 13,41-42).
A ressurreição é o que importa
Todavia, não é para de falar de inferno que escrevo, mas para partilhar com clareza a grande sentença de fé que Paulo nos deixou. Se pegarmos os oficio de leituras da terceira semana do tempo pascal, nos deparamos com um texto fantástico de São João Crisóstomo, bispo (14/05).
Em sua homilia, em vista da festa de São Matias, ele nos explicita o porque da escolha dos apóstolos, para que este mártir assumisse o lugar de Judas, o traidor. Simples, porque ele era testemunha ocular da ressurreição. E era isso que interessava na época.
“Não interessava ser testemunha do tempo anterior e nem do seguinte nem dos milagres, mas simplesmente da ressurreição. Porque todos os outros fatos eram manifestos e públicos; só a ressurreição tinha acontecido secretamente e só eles a conheciam” (São João Crisóstomo).
O que interessa hoje? Milagres? Curas? Boas e eloquentes pregações? Claro que não. Isso tudo acontece publicamente. Jesus continua operando isso tudo através de muitos profetas verdadeiros. Mas e a ressurreição? Quantos testemunham? Quanto de nós pregam sobre a paixão, morte e ressurreição de nosso mestre? A ressurreição até seria atraente se não fosse tão ilógica humanamente falando e se não estivesse condicionada à cruz.
São Dimas o primeiro salvo da história
Enquanto meditávamos a liturgia das horas esta semana, lá em casa, o Senhor me disse, de maneira bem carismática:
“São Dimas, o bom ladrão, creu na sentença de São Paulo, sem nunca a ter escutado. E por isso foi salvo! Tome este exemplo para ti.”
Nas escrituras São Dimas se dirige ao Cristo e o assume publicamente como Senhor, como o Messias esperado. E com Cristo moribundo na cruz, ele crê na ressurreição. Quando a vida era improvável, Dimas assume-a como verdade de Fé, e por isso ganha o paraíso (Lc 23,42). Que fé!
Hoje temos as escrituras. O bom ladrão não tinha nada para crer. A não ser o testemunho do próprio Cristo humilhado na cruz.
Enfim, quer ser salvo? São Paulo nos deu a dica por escrito! São Dimas o testemunho! Cristo a oportunidade! Agora é comigo e contigo!
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