Alabastro, o depósito da vida

Um dos significados que alguns autores defendem do alabastro, é que ele pode significar “depósito da vida”.

Nessa semana santa mais uma vez lemos o famoso relato de Maria que derrama um vaso de alabastro com o nardo mais puro e unge os pés do Senhor.

Uma cena épica por si só, carregada de significados, profecias e prefigurações.

Mas, nesse ano, a reflexão que o Espírito Santo me conduz é a partir do significado “depósito da vida”.

 

O acesso limitado

Que triste é uma vida depositada apenas em um vaso. Isso me leva a pensar o quanto o acesso de outras pessoas a essa vida era limitado.

Uma vida depositada em um vaso é uma vida preservado. E aí podemos nos perguntar, do que vale uma vida inteira preservada? Intocada? Quais serão seus frutos?

É exatamente aos pés Daquele que foi até o extremo contra a auto preservação de si mesmo, que o vaso é quebrado, os limites são rompidos, a liberdade é exalada.

Que bonito é pensarmos que nesse ato de quebrar o vaso aos pés de Jesus, a vida deixa de ser depositada apenas em um vaso limitado, e passa ser deposita naquele é o verdadeiro depósito da vida. Essa é a principal mensagem de Deus para mim, tenho que parar de me preservar, há pessoas que desejam sentir o perfume da minha vida, e eu estou me preservando em tantas coisas. Preciso quebrar esse vaso aos pés de Jesus.

 

Uma vida de alabastro

Será que eu e você estamos vivendo uma vida de alabastro? Cheios de preservações, limitando o acesso dos outros até nós, até com um bom perfume, mas apenas guardado para mim mesmo.

Uma vida de alabastro é uma vida que não exala, e se não exala, não apaixona. O cheiro tem o poder de mexer com todos os nossos sentidos, se minha vida não exala nada, pois está contida em um vaso, é uma vida sem sentido, uma vida sem pulsão, uma vida paralisada. Quantas vezes sentimos um cheiro e lembramos de uma pessoa que amamos? De um lugar? De uma comida?

O cheiro que está em nós precisa ser o mesmo cheiro que está em Cristo, e para isso, eu preciso me quebrar aos pés Dele. Se não, meu cheiro, ainda que seja “bom”, não lembrará o Senhor.

Quando aquele vaso é quebrado aos pés de Jesus, o maior cheiro que está naquela sala é o cheiro de liberdade. Que prefigura o cheiro do Cristo Libertador que sentiremos nos próximos dias na cruz!

 

O Cristo quebrou-se

O Cristo, no alto da Cruz, quebrou-se inteiro e jorrou vida para todos nós. Ali, exalou a vida eterna para toda a humanidade. O que Maria fez dias antes prefigurou o que vemos em plenitude agora.

Mas, para recebermos e sentirmos esse cheiro de vida que ali exala. Primeiro, precisaremos fazer o caminho de Maria. Qual é a segurança que eu tenho depositado a minha vida que ainda não são os pés de Jesus?

Muitos de nós sabemos o quanto nossa vida é valiosa, assim como muitos sabiam o valor daquele nardo. Mas, achar que ela é valiosa demais a ponto de não querer nem se doar para Jesus, pode fazer querer nos preservarmos demais, nos preservarmos até de gastar nossas vidas para Deus.

O nardo era mais importante do que ungir os pés do Senhor? Que ocasião mais importante poderia surgir do que aquela?

Pois bem, e agora com sua vida?

 

Preciso me quebrar

Eu não sei você, do que você precisa se quebrar para que sua vida deixe de ser apenas um depósito. Eu sei o que eu preciso quebrar.

Até quando terão que ter essa espera de sentir nossa vida? De sentir o perfume dos consagrados e eleitos de Deus? Quantos de nós somos promessas de potenciais há anos, mas que não vêm para fora?

Para o cheiro de liberdade exalar, precisou de exposição, de decisão, de rompimento de limites, de desapego.

Eu quero fazer esse caminho, de exposição, decisão, rompimento de limites, desapego. E você?

Quebre-se!

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