Vença seu temperamento e verás a face de Deus!

Agora tem se tornado muito comum em meio aos católicos “Os Quatro temperamentos” tem gerado uma repercussão muito grande, com muitos pontos positivos e outros bem negativos.

 

Vamos falar um pouco deles por aqui…

 

O QUE SÃO OS TEMPERAMENTOS?

Os temperamentos de acordo com a psicologia são os aspectos especiais da personalidade. As particularidades da pessoa ligada a forma de seu comportamento, principalmente relacionada aos três “as” da personalidade, que são: Afetividade, atividade (excitação) e atenção.

 

A ideia dos quatro temperamentos que conhecemos foi criada pelo filósofo grego Hipócrates que acredita nos quatro “humores” que são: Sanguíneo, Melancólico, Colérico e Fleumático.

 

AS CARACTERÍSTICAS

Existem muitas características de cada temperamento, que não daria para nomear uma por uma aqui, até porque não tenho o conhecimento por completo de todas. Quem desejar se aprofundar no assunto, no site do Padre Paulo Ricardo tem um curso muito bacana sobre e por sinal bem esclarecedor. Vamos a algumas características básicas:

 

– Sanguíneo: expansivo, otimista, sonhador, inconstante, extrovertido, falador e impulsivo. Tem uma grande tendência à superficialidade e a sensualidade (se deixar guiar-se pelos sentidos e prazeres).

– Melancólico: nervoso, pessimista tendendo ao rancor e solidão. Perfeccionista, introvertido, afetuoso, fiel e perseverante.

– Colérico: explosivo, dominador, suas reações são muitas vezes impulsionadas pela ira, tem muita força de vontade, é ativo. Tem grande propensão ao orgulho e a ira, muitas vezes prefere morrer do que se humilhar.

– Fleumático: sonhador, pacífico e dócil, silencioso, preguiçoso, preso aos hábitos e distante das paixões. Tende grande propensão a ficarem presos em seus ideais na mente do que lidar com seus problemas exteriores.

 

CRIARAM UM SIGNO CATÓLICO

Agora que sabemos pelo menos um pouco do que na prática eles são, vamos trazer para a atualidade.

Saber qual é o nosso temperamento nos ajuda em três coisas: No autoconhecimento, na hora de lidar com minhas reações, meus pecados e a vencer o meu temperamento.

 

Hoje, já é comum as pessoas usarem seu temperamento como desculpa para a falta de vergonha na cara de mudarem de vida. Tudo se tornou um: “Há sou irado e explosivo porque sou colérico, é meu temperamento, não há o que fazer.” É bom exterminarmos essa síndrome de Gabriela que muitas vezes nos cerca, porque os nossos temperamentos são só particularidades de nossa personalidade e reação e isso não define quem de fatos somos.

 

Adotaram essa ideia dos temperamentos e hoje só se fala nisso como se o temperamento fosse o “signo católico” e não é. Os temperamentos existem e precisam ser vencidos! Um colérico só entra no Reino dos céus se converter toda a sua ira, para a violência que muitos santos e santas tiveram e isso se dá com todos os outros temperamentos também!

 

DA INCONSTÂNCIA AO PROFUNDO ENCONTRO COM DEUS

Eu descobri que meu temperamento predominante é o sanguíneo, identificar as particularidades desse temperamento em minha personalidade é muito bom, e muito me ajuda na luta para vencer algumas pecados e falhas como, a inconstância.

 

Mas viver em torno disso e usar o temperamento e os defeitos da minha personalidade como desculpa para não viver a santidade é muita falta de vergonha na cara.

 

Santo Agostinho, também foi sanguíneo, digo foi porque Ele venceu o seu temperamento e foi de sua inconstância ao profundo encontro com Deus. Isso podemos ver lindamente quando Ele escreveu o poema Tarde te amei.

 

TARDE TE AMEI

Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus. Mas, durante esse tempo, algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob a Tua Guia e consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio.

 

Tu estavas dentro de mim e eu fora… “Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior”. Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora! Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…

MAS TE ENCONTREI

Provei-Te, e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. “Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo”. Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!

 E agora, Senhor, só amo a Ti! Só sigo a Ti! Só busco a Ti! Só ardo por Ti!…

Tarde te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que estavas dentro, e eu, fora – e fora Te buscava, e me lançava, disforme e nada belo, perante a beleza de tudo e de todos que criaste. Estavas comigo, e eu não estava Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora ardo em desejos por Tua Paz!

Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29

 

DESEJO DE CÉU

Eu não sei para você, mas lendo este escrito de Santo Agostinho é nítido enxergar seu caminho de conversão e enfim a vitória sobre o seu temperamento e seu profundo encontro com Deus. Se isso, não aumenta o desejo de céu e de ser Santo em ti, não sei o que há.

 

Os temperamentos foram feitos para serem vencidos e na luta e vitória sobre eles, nós veremos a face de Deus. Os santos lutaram e venceram as suas inclinações e por isso são santos, quem somos com meras desculpas esfarrapadas?

 

Não lute para que as pessoas, seus superiores respeitem seu temperamento, porque ele não é para ser respeitado e sim, vencido. Desejo muita humilhação a nós, para que saiemos desse comodismo que nos assola e lutemos como os Santos para um dia nos encontrarmos em um Face a Face Eterno com Deus!