Não sei aí em sua paróquia, comunidade, ou diocese como a galera se comporta em relação ao calendário litúrgico, mas aqui em casa (comunidade) é um tal de querer saber se este ou aquele dia, são dias de preceito, se tenho ou não que ir na missa, que confesso para vocês, dá no saco.
Especialmente quando se percebe que a pergunta vem com o seguinte propósito jurista de justificar uma possível falta do fiel duvidoso.
Quando só se está querendo atualizar da regra é uma coisa, passa, mas na maioria das vezes não é assim.
As leis, os preceitos.
Você sabe o que significa preceito?
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o que se recomenda praticar; regra, norma.
Como diria Arnaldo César Coelho, redundância, a regra é clara. Não tem o que questionar.
Todavia, as leis são apenas as balizas, que nos ajudam a por o carro na vaga, mas precisamos aprender a estacionar bem o veículo de nossas vidas sem depender delas, pois nem sempre elas estarão visíveis para que possamos nos guiar.
As datas de preceito são estas simples balizas para nortear quem está no início do relacionamento com Deus e sua Igreja, para que saibam quais os dias importantes da vida do Esposo, e também da esposa, a Igreja, que somos nós mesmos.
Após passado o tempo do apaixonamento e chegado o tempo do amor sólido, fiel e fecundo é necessário que não haja mais a necessidade dos lembretes, dos preceitos, das balizas, afinal, o amor pressupõe entrega total, imersão, e se estamos imersos e entregues ao amor, seja com quem for, deve haver disponibilidade total, e principalmente consciência.
Vida de preceito é chata para dedéu
Fico imaginando quanto deve ser chata a vida de um casal que só se ama em datas comemorativas, em dias de “preceito” conjugal, deve ser um porre. Existem casais por exemplo que perderam o brilho e a novidade da relação sexual, da troca de carinho, e só o realizam por necessidade biológica e muitas vezes social, preceito.
Não podemos fazer o mesmo em nossa relação com O Sagrado. Com Deus e Sua Igreja. Se queremos participar da vida de Deus no futuro escatológico, precisamos participar de sua vida já, lá não haverá preceito.
Uma das formas de demonstrar o desejo de céu, de participação na vida divina é tendo uma vida litúrgica assídua e consciente. Uma vida cultual. Frequência em missas, de preceito ou não. Afinal, é na missa que celebramos as núpcias com o cordeiro de Deus, nosso esposo, nosso Deus e Senhor, nosso Amor.
Frequentar a missa somente em dia de preceito é o mesmo que se unir a sua esposa (estou falando do sexo mesmo) somente no seu aniversário de casamento. Faça me o favor.
Saía da primeira morada, deixe de ser fariseu
Recentemente descobri que estou na segunda morada de meu castelo interior, e que tenho muito o que lutar ainda para não voltar para a primeira morada, e muito mais para evoluir para a terceira, como posso então, desejar chegar na sétima morada, nos aposentos do Amado se não frequento a sua casa física? Como posso querer ter um amor total, fiel e fecundo com Ele se sempre estou preocupado apenas com os dias de preceito? Como quero amar o Amor se na verdade sou apenas um jurista que fica fazendo reflexões para usar a lei a seu favor?
Os fariseus viviam fazendo isso, aporrinhando Jesus sobre o cumprimento da lei, das prescrições cultuais, impunham pesados fardos sobre os outros, e na verdade estavam bem longe do amor de Deus e sua vontade (Lc 11,37-54).
Preceito é importante, mas mais importante é amar. A verdade é que o preceito, a lei, só existe para conduzir os filhos de Deus para o seu amor. Para quem ama de verdade não há outro tempo, se não o tempo de amar o tenpo todo.
Não fomos chamados para sermos cumpridores de regras e sim para amarmos. Doarmos. Darmos.
Quem ama quer amar sempre, até quando não dá, se dá um jeito para amar. Assim foi o Cristo. Assim temos que ser nós os cristãos. Ainda mais assim aqueles que almejam serem chamados de consagrados.
Se você tem dúvidas ainda sobre o assunto acesse este site maravilhoso do catequista e mate suas duvidas sobre os dias de preceito:
Bom é isso… deixe de ser jurista fariseu e vá ser um cristão que ama! #ficaadica.