Precisamos entrar no ventre de Maria

Hoje ao ler o evangelho da Anunciação em minha oração matinal, o Senhor me fez mergulhar na cena belíssima da Anunciação da encarnação do Verbo no ventre de Maria e nesse mundo.

Já li esta passagem umas duzentas vezes em minha vida, e confesso que por muitas vezes à achei fantasiosa é muito distante de minha suposta realidade. Tantas e tantas vezes me comportei que nem Zacarias, ou como Sara, esposa de Abraão, duvidando e até rindo de que de uma mulher simples e humilde poderia nascer o filho de Deus.

Sim, eu sei, lamentável, mas esse era eu.

Dentro do ventre de Maria é o nosso lugar

Hoje enquanto eu orava, o Senhor me lembrava de nossa metodologia de Restituição para com as meninas que atendemos, e me dizia, viva ela você. Vivam ela vocês Cristo Libertador. Viva antes delas. Entre você no ventre de Maria e seja gerado um novo Homem.

Me coloquei a pedir para que isso fosse possível, e em primeiro lugar pedi perdão a Jesus pelas vezes que não respeitei e nem assumi a mãe Dele, como minha mãe.

Quantas vezes o ofendi. Quantas o ignorei.

Depois pedi e peço perdão a ela, Maria, minha mãe, por tê-la rejeitado muitas vezes. Não com palavras ou ofensas, mas com dúvidas, risos e simples desdém travestido de razão.

Razão esta que era sem razão. Sabedoria essa que não passava de pura ignorância, e porque não chamar de burrice.

O ventre que gera e converte

Se através do ventre de Maria, o Verbo de Deus, infinito em poder e glória, pôde se encarnar.

Se o Tudo coube dentro do limitado, porém santo ventre desta que Ele mesmo tantas vezes chamou de Mãe, como não haveríamos nós de ser regerados no ventre virginal e beatíssimo desta mesma Mulher, Maria Santíssima?

Como eu pôde ignorar isso por tanto tempo, que burro, que anta, que banzo.

Seria loucura se não desejássemos com todas as nossas forças que o altíssimo Deus nos colocasse lá dentro do útero materno e sagrado de sua esposa. Isso é lógica, é razão, é fé.

O útero que gerou o Libertador Santo dos Santos, só pode gerar santos libertadores. Não há como sair de Maria algo diferente disso, do ventre de Maria só tem como gerar parecido com o Cristo.

Não falo de um Deus, porque este atributo não foi Maria quem o deu, Ele já era, sempre foi. Falo de um Novo Homem, o Novo Adão, falo de Carne Santa, de Humanidade restaurada, falo de Sangue.

Eis aí tua mãe!

Do alto da cruz, lá do calvário, a extensão do útero de Maria, o Salvador Cristo Jesus, ao morrer por e para a humanidade, deixava em seu testamento eterno uma mãe para cada um de nós – “…filho eis aí a tua mãe (Jo 19,27)… “– traduzindo – …João, Jéssica, Roberto, Guilherme eis aí a mãe de vocês, entrem no ventre dela, e nasçam para a eternidade, como eu nasci… – é místico, é pura fé.

Hoje ao orar, desejei que após o anúncio do anjo, Maria também me recebesse em seu ventre. Deseje também.

Óbvio que Jesus é o filho unigênito de Deus, e que não somos dignos de nada Dele, muito menos do ventre que o gerou. Mas foi Ele quem nos convidou para entrar.

Ele deseja que subamos na cruz com Ele, e sem entrar no ventre materno de Nossa Senhora, não vamos conseguir suportar a cruz, pois como já disse, o calvário é a extensão deste santo ventre.

Hoje eu entendo o papel de Maria como corredentora da humanidade, entendo o papel de Maria na geração dos filhos de Deus. Hoje eu entendo o anuncio do Anjo. Eu perdi tempo. Hoje eu decido que não quero perder mais nada. Quero ser gerado em teu ventre Mãe Santíssima, junto a Jesus, e me tornar irmão gêmeo Dele, quero um dia poder dizer como Paulo -… já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim (Gl 2,20).

Que um dia aí no céu todos nós possamos ter a honra de adorar Jesus, ao teu lado o mãe puríssima. Te amamos, Ave Cheia de Graça.

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