Você é livre? Você sabe o que é, de fato, a liberdade?
Estas foram as duas principais perguntas feitas às meninas das cinco unidades da Fundação Casa, que visitamos nesta primeira quinzena de janeiro, com nossa Missão Alabastro.
O tema da missão foi “Liberdade”, e foi ministrado em cada uma das unidades femininas do estado de São Paulo (Taipas, Chiquinha Gonzaga, Ruth Pistori, Cerqueira César e Anita Garibaldi), foram dias de luta e dias de glória, sem dúvida.
O Senhor nos comunicou uma metodologia simples e eficaz para que pudéssemos ajudar cada uma das meninas que cumprem medidas socioeducativas a alcançarem a meta da liberdade.
Óbvio que estamos falando da liberdade interior, a liberdade existencial alcançada por Cristo para cada um de nós através de sua paixão, morte e ressurreição.
Estamos falando de sermos livres das escravidões humanas, que nada mais são do que nossos pecados e desordens interiores.
Foram nos apresentado quatro passos que precisamos dar para alcançarmos a meta:
1) Reconhecer os nossos pecados e misérias;
2) Perdoar e pedir perdão;
3) Respeitar limites, ordenar vontades e agir;
4) Permanecer em Deus.
O Espírito foi claríssimo conosco, sem um destes passos não há como ser livre, não se chega à meta da liberdade.
Reconhecer nossas misérias
Com o advento do pecado original por nossos primeiros pais (Adão e Eva) somos assolados por inúmeros demônios interiores que vivem para nos tentar.
Os nomes deles, segundo os padres do deserto são: luxúria, gula, avareza, ira, preguiça, inveja e soberba, mais conhecidos hoje em dia como os sete pecados capitais.
Deles partem a origem de todas as mazelas que nos afligem, é contra eles que precisamos lutar para progredirmos nas moradas interiores e chegarmos à sala do trono.
O fato é simples, sempre que somos vencidos pelas tentações e pecamos nos tornamos o carrasco que flagelou Jesus no pretório, crucificamos Cristo, e cuspimos em sua santa face, desprezando o seu sacrifício de amor por nós.
Escolhemos sermos escravos, vivendo de migalhas, renunciamos ao banquete eterno para o qual fomos criados, tudo em troca de prazer, poder e conforto.
Neste primeiro passo precisamos reconhecer o tamanho e a quantidade de nossas dívidas para entender o tamanho do sacrifício de nosso Senhor, que na cruz, quitou todas elas.
Sem reconhecer a miserabilidade que nos constitui, jamais seremos gratos a aquele que sendo Deus mergulho na vida humana, para nos possibilitar mergulharmos na vida divina.
Pedir perdão
Na cruz do calvário, Jesus quitou nossas dividas, ou seja, nos perdoou e abriu novamente o jardim do paraíso para todos nós. Exemplo claro disto, é que do alto da cruz Ele viu o coração contrito de Dimas, que primeiro reconheceu seus crimes: foi humilde, sabia por quê estava ali na cruz (primeiro passo descrito neste texto). Segundo, ele aceitou também a justiça do seu castigo. Terceiro, reconheceu a inocência de Cristo, e em quarto lugar fez sua profissão de fé pública reconhecendo o poder de Jesus de perdoar seus pecados e de levá-lo ao paraíso (Lc 23,39-43).
A conta era simples e Dimas tirou nota dez. Passou na prova da vida, e pôde entrar na Vida Eterna. Se errarmos, temos que pedir perdão. E como sempre erramos, precisamos perdoar quem erra contra nós também. Afinal, seremos perdoados por Deus exatamente como perdoamos aos irmãos. O perdão é libertador. É este o grande poder de nosso Deus, só Ele pode perdoar pecados (Is 43,25; Mt 9,2; Mc 2,7).
Ação, Vontade e Limite
Ao chegarmos à metade do caminho para a liberdade nos deparamos com a necessidade de equalizarmos um tripé que será fundamental para sustentar a nossa determinada decisão de não voltarmos mais para a vida de pecado.
Limites + Vontade + Atitude = Liberdade
Já falamos em nosso blog sobre a urgência desta equação, mas se quiser retomar o tema acesse o seguinte link:
Sem limites seremos escravos da vontade. Sem vontade seremos homens Zeca pagodinhos, deixando a vida nos levar. Sem atitude acabaremos vivendo no campo das ideias, e a salvação não é uma ideia, ela é real. Cristo ao equalizar este tripé com sua vida nos deu a Vida. Se aceitamos a salvação que nos é oferecida gratuitamente, precisamos ordenar esta tríade. Ou então, seremos apenas simpatizantes de Cristo, e não cristãos (Rm 7,14-25).
Permanecer em Deus
A chegada ao pódio da liberdade se dá com os três primeiros passos, na verdade o quarto passo é a garantia de que você poderá viver uma vida toda livre.
O passo agora é permanecer em Deus! Foi Ele, autor e dono de toda ciência, sabedoria e poder é quem pode nos ensinar a dar cada um dos passos anteriores, e mais do que isso sem Ele, sem estar Nele, seriamos facilmente saqueados e tomados novamente por escravos de outros senhores que se apresentam mais fortes do que nós.
A verdade é que Satanás não tem poder em minha vida, se minha vida não for minha, mas estiver nas mãos de Deus.
Do contrário, facilmente seriamos enganados e seduzidos a entregarmos este dom tão precioso nas mãos do divisor, que quer nos matar.
Existe um vídeo muito simples e maravilhoso que exemplifica bem o que é permanecer em Deus.
Neste vídeo dois treinadores, ou cuidadores, não se sabe bem, tentam soltar um passarinho e um peixinho, ambos são arremessados, nem seus habitats naturais, mas livremente retornam às mãos daqueles que mais fortes, garantiam as suas seguranças.
É simples e lindo ver como a natureza traz a assinatura de seu criador, e nos revela Sua sabedoria infinita.
https://www.youtube.com/watch?v=HNxwTFtK55w
Pode dizer o que quiser, pode chamar de conveniência, de oportunismo, e os relativistas vão querer provar com mil teorias que na verdade isto é escravidão e não liberdade, que os bichinhos foram domesticados, aquele blá, blá, blá chato inspirado pelo capeta, mas contra fatos não há argumentos, Deus nos deu o livre arbítrio para que possamos escolher o que quisermos, todavia, somente Ele é forte o suficiente para nos proteger do inimigo, sábio o suficiente para nos ensinar a vencer as tentações, amoroso o suficiente, para sempre nos lançar ao céu, para nos dizer – “Vá! Você é livre, até para não me amar”.
Conclusão…
Para ser livre é necessário dar estes quatro passos, sem deixar de dar nenhum. Esta caminhada é para a vida toda, não começa hoje e termina amanhã. Começou quando você atingiu a idade da razão, e vai até seu último suspiro, ou até quando sua razão existir.
Não tem conversa, não há discussão. É a verdade. Que leva a liberdade!
“Se permanecerdes na minha palavra sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,31b-32).