Se não levarmos nossos filhos para o calvário, se não os ajudarmos a experimentarem a cruz, a suportá-la, e mais ainda, a amá-la, ao fim de nossa jornada nesta terra teremos sido fracassados como pais e mães, e eles não ressuscitarão.
Nunca perdi uma filha ou um filho biológico, dizem as mamães e papais que já passaram por esta trágica experiência, que ver um filho morrer é uma dor incomensurável. Imagino que sim, afinal, a ordem natural das coisas é que os pais faleçam antes dos filhos. Se nos dói vermos uma obra que criamos ser destruída, quanto mais a morte de alguém que participamos da geração.
A morte eterna de nossos filhos
Porém, te pergunto. E se descobrisse que seu filho além de falecer tivesse ido para o inferno? Como ficaria? Olha, eu não sei você, mas eu… olha… olha… nem sei como nomear o que esta hipótese gera dentro de mim. Entro em desespero de pensar Jesus, no meu juízo particular, dizendo que não me conhece, imagina dizendo que meus filhos não foram salvos. Deus me livre!
Escutei certa vez de um amigo muito querido de que nossos filhos são a chance mais real e importante que o Senhor nos dá de ajudar alguém a ser santo. Fui impactado por esta verdade de fé.
A Santidade de nossos filhos
Quero muito ser santo, e um dia poder encontrar os eleitos de Deus e conviver com eles, mas para nós papais, o desejo de santidade deve extrapolar nosso eu e inundar o ser de nossa prole. Imaginou que alegria quando entrarmos no convívio dos eleitos encontrarmos nossos filhos, esposa, esposo lá? Ao lado de Santo Elias, São João Paulo II, Santa Faustina, São Jerônimo?
Pensemos no próprio Pai, em Deus. O que Ele não faz por amor a nós, seus filhos adotivos? O que Ele não nos oferece para que sejamos salvos? A resposta é fácil de encontrar. Basta olhar para a cruz do calvário, e para o homem que lá, fora pendurado. Ele já nos deu e ofereceu tudo, o seu Tudo!
Com esta imagem do Pai que ama tanto seus filhos adotivos pecadores, a ponto de oferecer Seu único filho santo para salvá-los, devemos nos motivar a dar tudo de nós para gerarmos homens e mulheres santos. Tudo de nós.
Dando tudo pela santidade deles
Com o mesmo empenho que oramos pelos alvos de nossos carismas, pela conversão do mundo, pela cura dos enfermos, pelas almas do purgatório, devemos orar pela conversão e santificação de nossas crianças.
Com a mesma estratégia e empolgação que preparamos as missões de evangelização, e encontros de formação e de oração, devemos nos entregar a planejar e a executar a educação, catequização, evangelização de nossos pequenos.
Não pode ser de qualquer forma, no improviso. Por mais pobre que você seja, seu filho pode ter o melhor educador, catequista e evangelizador, você Pai, você mãe, só depende de você.
Aposente suas muletas
Não se escore na muleta do não ter dinheiro, do não ter tempo, do não ter criatividade. Quando nasce um pai, uma mãe, é preciso nascer também um educador, um catequista, um evangelizador, um formador, alguém que com seu testemunho de vida vai ensinar, exortar, corrigir, parabenizar, incentivar, ser o modelo que com sua vida aponta para o sumo modelo, Jesus!
Que fique claro que não estou falando de bajulação, permissividade, apego ou a idolatria que vemos tantos pais caírem hoje em dia. Estou falando o que a foto deste texto sugere. Levarmos nossos filhos até o calvário. Na prática:
Ajudarmos a reconhecerem quem são, a assumirem seus erros e pecados, a pedirem e darem o perdão, a amarem a Deus sobre todas as coisas, a se humilharem perante o Senhor, a suportarem a dor e o sofrimento da vida, a amarem aqueles que ninguém quer amar, a doarem suas vidas aos irmãos, a esperarem contra toda esperança, a serem alegres e felizes com o simples, a valorizarem a vida espiritual e desejarem com todas as suas forças o céu.
Esses são só alguns pontos que qualquer cristão sério poderia intuir sozinho. São só algumas características observadas nas vidas dos santos. Da educação que Jesus recebeu de Maria e de José. Dos ensinamentos que a mãe e mestra Igreja oferece a cada um de nós, seus filhos.
Medo de perder o céu
Não tenha medo de perder seus filhos, tenha medo de que eles percam o céu.
Se formos possibilidade de céu para nossos pequenos, e eles souberem o valor do céu, eles é que terão medo de nos perder como pais.
Não permita que a lógica pérfida do mundo inverta as coisas, e distorça a ordem criada por Deus. O Senhor nos fez para gerarmos filhos santos e não para enterrarmos homens e mulheres pecadores.
Arregace suas mangas.
Leve seu filho para o calvário. Este lugar é a porta do céu, pois o céu é o lugar dos santos.
Leia mais:
Ser livre é melhor do que ser grande
Para saber mais do nosso carisma e nossa comunidade, acesse nosso SITE.