“Eu queria que Deus me deixasse em paz” – Testemunho

Olha essa foto, o que está por trás desse rosto manso carregando a cruz?

Eu te digo, porque quem está nessa foto, sou eu.

Não faz muito tempo, em que uma imagem dessa seria impossível pra mim, pois eu abandonei a Deus.

A paz sem Deus

Sério, literalmente o abandonei.

Em 2019 fiz um propósito, que ao meu ver seria a melhor coisa a se fazer, certo dia numa adoração, meu coração cheio de cólera, cheio de rancor, medo, dúvidas, tomou uma decisão, e em meio ao louvor alegre de meus irmãos de comunidade, eu pedi a Jesus que me deixasse viver em “paz”, sem a a presença Dele, pois eu não precisava, eu não o queria me dizendo o que fazer, não queria as virtudes cristãs me falando o que é certo ou errado, não queria mais me responsabilizar, não queria mais “sofrer”, ou seja eu entrei num deserto sozinho.

E olha, Deus foi cavalheiro e atendeu meu pedido, por meses eu não senti a presença Dele, e quando alguém mencionava Seu nome ou falava algo referente a isso, eu ficava bravo a ponto de ser sarcástico, grosso..

Enquanto eu vivia todo esse processo, era a melhor coisa do mundo, eu podia fazer qualquer coisa, sem nenhum remorso, afinal, eu estava ditando as regras.

Mas confesso, sempre teve um vazio em tudo o que eu fazia, mas nem sempre eu percebia, a prepotência já tinha tomado conta de mim.

Nesse período eu estava noivo e meu casamentos estava chegando.

O abismo do pecado

Claro que passou na minha cabeça que eu não queria me relacionar com uma pessoa que queria Deus no centro do relacionamento, então eu fiz a escolha mais “sensata”, quis terminar o relacionamento.

E por muita graça de Deus e perseverança da minha noiva, nós não terminamos, mas eu não escondi o motivo pelo qual eu queria terminar, falei que se dependesse de mim, Deus não entraria na nossa casa.

Pois é, o abismo era enorme e eu pulei como se fosse meio metro, naquele momento eu já estava adorando o Diabo, e mal sabia disso.

Com isso, eu voltei a beber, voltei a mentir, voltei a muitas práticas que eu fazia antes da minha primeira conversão, e tudo isso era “bom”, e quando você faz algo errado sabendo que é errado, não há remorso, ou seja, o arrependimento estava longe de acontecer.

Então lá estava eu, sozinho, num barco a deriva, num mar de pecados, sem pretensão de navegar pra mares melhores.

Como num piscar de olhos, não me reconhecia mais, não era eu.

Nada daquilo estava fazendo sentido, mas já era tarde, eu não tinha mais força pra lutar contra aquela maré, eu não tinha mais voz para pedir ajuda, eu não tinha coragem de voltar os olhos pro alto, meu mundo estava acabando. Tudo isso estava acontecendo meses antes do meu casamento, meses de dizer sim a um compromisso com Deus, meses de dizer sim a um sacramento…

Mas…

Deus viu no meu coração o desejo de sair dali. Ele é um cavalheiro e respeita nossas escolhas, mas não nos deixa nunca. E mesmo na minha escolha de querer mais Ele, Ele não me deixou.

Voltar para casa do Pai

Meu coração já estava querendo voltar pra casa do Pai, não sabia como e não tinha motivação.

Então, certo dia, um casal de amigos, convidou eu e minha noiva, para sermos padrinhos da filha deles que estava sendo gerada, foi aí que me caiu a ficha de tudo, comecei a me perguntar: ” que tipo de homem essa menina vai conhecer? E com essa pergunta, comecei a me fazer outras e outras, “que tipo de esposo serei?”.

Esse foi momento pra se reerguer, de voltar os olhos a Deus novamente, de não ter medo, de não deixar o diabo me segurar no abismo da morte, o momento que eu tanto almejava, foi o estopim da minha volta.

O passo a passo da volta

Primeiro passo que eu dei, dar oi pra Deus, sim, um simples “oi”.

Em seguida, contei tudo pra minha noiva, contei o que aconteceu, o que estava acontecendo e que eu não queria mais aquela vida, e cada palavra, meus olhos se abriam mais, até que busquei a confissão, aí não teve mais jeito, não tinha mais diabo que me puxasse de volta.

Comecei a conversar com Deus, tímido, mas confiante de que Ele me escutava. Vergonhoso, mas confiante de que havia sido perdoado.

Procurei orientação, comecei a rezar todos os dias com minha noiva e finalmente o dia do casamento chegou, e eu não poderia estar mais feliz, pois me casei de bem com Deus, e no final, escolhi junto com minha esposa, ter Deus no centro do nosso casamento.

Hoje, reconheço que por pouco eu não morri, por pouco não fui direto ao inferno.

Sou um homem casado, cujo a família serve ao Senhor, sou um padrinho que busca a Deus, e que tem uma afilhada e um afilhado que pode contar com minhas orações.

Hoje, não quero passar um minuto sem sentir a presença de Deus.

Agora da pra entender o rosto manso, por carregar a Cruz de Cristo.

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