De Cara na Porta

Esses dias vivi a curiosa experiência de perder a chave do “apê” e só perceber quando estava no estacionamento do prédio, doido para entrar em casa, tomar banho e dormir, às 23hrs.

Minha esposa (grávida de 8 meses) e eu reviramos o carro, olhamos o chão, bolsas e bolsos. Eu fiquei tentando recuperar a memória e refazer meus passos mentalmente tentando encontrar o lugar que eu poderia ter perdido.

Nada.

Perdi a chave, já era. Não tinha mais nada a ser feito a não ser chamar um chaveiro 24hrs e pagar o precinho camarada de R$180 por esse socorro.

 

Finalmente!

O chaveiro chegou às 00hrs e terminou o serviço 01h20. Eu pensei que fosse mais fácil abrir uma fechadura, mas deu bastante trabalho. Já bem cansado acompanhando um chaveiro num hall quente sem ventilação, um sentimento tomou conta de mim: frustração.

Estar preso para o lado de fora da sua própria casa é muito frustrante. A casa é sua, se tivesse a chave seria muito rápido, o descanso está a uns centímetros de madeira de distância, é seu direito estar lá dentro e quando você percebe, está preso para fora por conta de um vacilo seu.

Porta aberta, conta paga e depois de um banho gelado, lá para as 2hrs e pouco, deitei e só uma coisa vinha no meu pensamento: se querer entrar em casa e não conseguir é ruim, imagina que frustrante chegar na porta do céu e não poder entrar…

 

Ele se comunicou comigo

Quando Cristo morre na cruz, paga o meu pecado e ressuscita, é como se Ele fosse lá no chaveiro do céu e pedisse “o campeão, faz uma cópia dessa chave aqui para mim que eu vou deixar com um amigo meu. ” Então Ele volta todo feliz e me confia a minha chave individual para o céu: a santidade.

Acontece que assim como foi minha saída de casa nesse dia, a vida é agitada e as vezes a gente larga a chave em qualquer lugar, não dá a devida atenção e importância para ela e flertamos muitas e muitas vezes com jogar ela no bueiro.

Manter essa chave é mais difícil do que parece, precisamos ficar o tempo todo conferindo “será que tá mesmo no meu bolso?”.

E todas as vezes que percebemos que a perdemos é preciso correr no “achados e perdidos” e contar para o Padre, em confissão o que estávamos fazendo para perdê-la, para que ele na persona Christ reencontre e nos devolva essa chave.

No céu não existe chaveiro para arrombar portas. Ou se está com a chave ou sem ela. E chegar lá de mãos vazias para dar de cara na porta será como na parábola das virgens imprudentes: haverá frustração, remorso, tristeza, choro e ranger de dentes, Mat 25, 1-13.

 

Portanto…

Mantenha sua chave em mãos.