Parece estranho dizer, mas a real é: a guerra garante a Esperança!
“Eu tô na rua e não vi vocês
Falaram disso só que ninguém fez
Minha primeira língua é a verdade, depois português
Quem é real se identifique de vez
Vem da zona norte, da zona leste
Da zona oeste, da zona sul
É música de guerra, trilha pra Sun Tzu
Até nossa vitória deixa de ser tabu”.
(Rashid – Música de Guerra)
Trilha de Guerra
A paz do Cristo que liberta amigos e amigas desta famigerada obra de Deus. Nesta manhã chuvosa de segunda, quero falar como vocês de Guerra e Esperança. Já sei, vai dizer que são temas antagônicos e conflitantes, pois quero, logo de cara, te lembrar que em muitas situações, a Guerra foi e ainda é a única Esperança de conquista da Liberdade e da Verdade.
Para isso, que entre no palco de nosso texto o rapper Rashid com sua “Música de Guerra”. Escute a música:
Temos vivenciado uma evangelização intensa e constante dentro das unidades da Fundação Casa e do presídio feminino de Santana, aqui em São Paulo, capital, e ainda que não quiséssemos ou não gostássemos, uma das trilhas sonoras que toca de fundo destas realidades, sem dúvida nenhuma é o rap. Nossa trilha de guerra eu diria.
Bom, sempre curti Racionais, RZO, dentre outros nomes famosos e agora, então, parece que mais algumas peças do quebra cabeça Vida e Carisma vão se juntando.
Eu Sou entra na história
Pois bem, o grande Eu Sou nos chamou para esta missão dentro dos cárceres de nossa cidade, e sem esperança estaríamos fadados ao desanimo e ao fracasso. Assim, como Abraão já entendemos que devemos esperar contra toda esperança e que assim teremos uma posteridade duradoura e geraremos uma descendência incontável e santa (cf. Rm 4, 18).
Simples de entender: quem crê que um marginal, delinquente, ladrão, assassino pode mudar de vida e se tornar santo? Pois é, nós cremos! E aqui, para nós, inicia-se a guerra pelo evangelho e contra o sistema de morte em que estamos imersos.
O que temos experimentado nestas várias batalhas semanais, que compõe esta guerra carismática, é que o Eu Sou entra na história, na cultura de um povo e salva tudo. Não podíamos e nem queremos fazer diferente. Deus não deixa de ser Santo, não se contamina com o pecado: Ele toca o pecador e o santifica, assim somos chamados, através da inculturação, a tocarmos estes meninos e meninas, homens e mulheres e apresentarmos a eles a verdade que liberta: o Cristo Jesus!
As armas para vencer a guerra
Mas e a música, o que tem a ver com isso? Simples, o Eu Sou que é Cultura fala conosco e nos orienta, ainda que seja através de uma música secular. Aqui entra a composição supracitada. Falar com o público alvo, na linguagem que estes falam. Eficaz e frutuoso. Como uma arma potente, que na guerra atinge o alvo, sem danos colaterais e sem baixas civis.
Óbvio, tudo isso conduzido pelo dom do Discernimento dos Espíritos, afinal, tem muita porcaria rolando por ai. Cuidado! Em outra ocasião falamos do que é inculturação e de como filtrar o que ouvimos.
Vamos à música: Ela fala por si só e, de verdade, cabe como uma luva em nosso carisma. Caso você não entenda de jeito nenhum, fique em paz, a resposta é simples: não dá para colocar um caminhão dentro de um Uno! #Ficaadica
A esperança para a vida destas pessoas, a salvação das almas delas, demanda uma abordagem orgânica, viva e misericordiosa, não dá para se embasar em versos McDonalds, cheios de fantasia e de engano, que promovem uma cultura mercantilista e capitalista selvagem, onde o ter é superior ao ser. É disso que o tráfico se alimenta: de sonhos impossíveis de grandeza, de fartura ilusória em realidades de necessidades básicas. Evangelho cru, comunicado com parresia, anúncio com liberdade e denúncia com verdade, sem Google tradutor, somente com o Espírito de Amor. Nisso consiste a Missão Alabastro.
React no Evangelho e o coração análise
Ajudar estes irmãos e suas famílias a identificarem o pecado, renunciando-o e reconhecendo Jesus como única saída, um flow de rua, que intriga, e que nem as bombetas das antiga, com nosso testemunho, mostrar que o que vivemos e que se vê é o original pelas linha.
O Amor criador e salvador alimenta esta esperança e nos mostra que não precisamos ser o número um, mas que somos número único.
Cremos que cada um destes meninos pode passar de “Zé Ninguém” a “quem dá autógrafos na vida” e que o rap de suas vidas pode ser preenchido com fatos e não com confetes. Por isso proclamamos: menino não vá pro crime! Estude, conhecimento é o supra-sumo, trampe, acredite e se blinde contra os falsos elogios, faça um react no evangelho e o coração análise.
O refrão do carisma
Portanto, queremos fazer deste refrão, Verdade e Realidade em nossas vidas. Nós Cristo Libertador, desejamos ter como primeira língua a verdade e depois português, desejamos estar na rua, em estado permanente de missão como nos pede o Espírito através de nosso Papa Francisco.
Queremos ser reais, Evangelhos vivos. Falar disso e viver isso, ainda que ninguém mais queira fazer, ainda que voltemos a ser apenas 12. Sermos identificados como Cristãos por atos, palavras e por não omissões.
Os pensamentos sempre serão apenas entre nós e Ele. Ser como o Espírito que vem e vai para qualquer zona, para qualquer canto, em qualquer realidade de escravidão humana, levar a libertação. Nossa vitória não é tabu, a guerra é nossa, já foi vencida, somos mais que vencedores em Cristo, Jesus.
Por fim, oramos: se o ego nos fizer soberbos e assim entrarmos em uma zona de conforto, liberte-nos, Senhor, pois sabemos que se nos acomodamos, matamos o Espírito Santo em nós e com isso cessam os talentos e não há mais comoção para a vida. Ensina-nos, Espírito Santo, pois queremos ser santos! Ajude-nos a largar o ego e trabalhar, a lutar e esperar, pois sabemos que sem luta não há como sustentar a esperança e, ainda que tudo pareça esperança contrária, permaneceremos esperando, por Cristo Senhor nosso. Amém!