Que mal tem sonhar em trabalhar, casar, ter alguns filhos, uma casa para cuidar e arroz e feijão pra cozinhar?
Eu sempre sonhei em ter uma vida diferentona, mas no fundo, o meu desejo mesmo era apenas uma vida feliz.
O comum que de “inho” não tem nada, mas que na sociedade de hoje, é colocado no diminutivo.
Desejo ser uma mulher comum.
Em tempos que lugar de mulher é onde ela quer, eu só quero uma casa, um lar, um fogão, vidas para amar e cuidar, e uma rotina para viver.
De fato, minha vida já não é muito comum, mulher de 21 anos, missionária, funcionária, filha, namorada, discípula.
E o que mais? Não sei, só está começando, e os títulos pouco importam, na verdade o meu desejo é só ser comum, em comunhão com Deus.
Nos perdemos muitas vezes querendo ser tantas coisas nesse mundo, e esquecemos de simplesmente ser aquilo que deveríamos ser.
Se seguirmos o ritmo do mundo que vivemos, precisamos correr para falar muitas línguas, fazer faculdade, mestrado, doutorado. Ser o melhor do meu serviço, o melhor na faculdade, o melhor em tudo.
Família? Deixa pra depois, espera se estabilizar profissionalmente.
Filhos? Atrapalham e dão gasto.
Igreja? Não tenho tempo, meu dia é muito corrido.
E se você for ao contrário disso? Taxado de idiota, você será aquele que quer viver apenas uma vida “comunzinha”.
Já sonhei com muita coisa, hoje sonho com uma única coisa.
Já tive o sonho de viajar bastante. Pode ser que eu viaje o mundo. Mas, parei de escolher o destino, e desejo comunhão.
Já tive o sonho de ganhar muito dinheiro e trabalhar bastante.
O trabalhar bastante continua, mas parei de desejar o dinheiro, e desejo comunhão.
Já tive o sonho de fazer intercâmbio assim que terminasse a faculdade. A faculdade eu terminei, e em troca do intercâmbio nesse momento, escolhi a comunhão que está aberta ao intercâmbio a qualquer momento.
Já tive o sonho de ser muito reconhecida, mas parei e troquei por comunhão, e que Ele seja conhecido.
Meus sonhos não morreram, apenas se tornaram comum em UM.
Não tenho problema em dizer, que todos eles se resumem em um, por mais que o mundo insista em dizer que parei de sonhar.
Pelo contrário, sonhar com Jesus é mais do que ser sonhadora, é sonhar o sonho d’Ele, que supera possibilidades que eu mesmo achei. É estar aberta a esses sonhos, e aos que mais Ele sonha. É só um, mas com infinitas possibilidades, muitas inimagináveis. É um sim, mas para tudo.
Se isso é ter uma vida comum, eu desejo ela.
Não preciso ser destaque profissional, não preciso ter a melhor casa, não preciso conhecer o mundo, não preciso ser GIRL POWER, não preciso ganhar muito dinheiro.
Só preciso de uma coisa, comunhão com Ele. Tendo isso, sou mais rica do que o trabalho de uma vida toda poderia me dar, sou única, sou mulher virtuosa, sou amada, sou feliz, sou realizada.
E confesso para você, não vivo tudo isso ainda, mas hoje é o desejo verdadeiro do meu coração.
Confesso para você, o grito feminista que sempre foi pregado para mim, muitas vezes grita aqui dentro, e quero fugir rapidinho do fogão, dos filhos, da submissão.
Mas, não é esse grito que quero ouvir. Não é quem grita mais alto que tem razão. E ainda que eu esteja longe, que a mulher que sou esteja se formando, é esse caminho que desejo trilhar e alcançar libertação.
Tá tudo bem não ser extraordinária, se eu for mulher comum em comunhão com Deus.
Leia mais no texto sobre a companhia feminina de Jesus: https://blog.cristolibertador.com/a-companhia-feminina-de-jesus/
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