Quaresma: Estamos em obras!

Dia 03/02/2021 a adoração ao Santíssimo Sacramento foi diferente das demais quartas, a trilha sonora era de marteletes e marretas quebrando pedras, de pás recolhendo entulhos, de homens trabalhando nas obras de nossa capela. E o Senhor Jesus me lembrava, é tempo de um “estirão” de crescimento para sua comunidade, eu te avisei através da apóstola Giovana. Às vésperas da quaresma o Senhor me confirmava, é tempo de obras em vocês.

 

Tempo de crescimento. E crescer dói

É tempo de purificação, de diminuir distâncias, de vida comum, de obras em todas as áreas. Algumas delas antes de outras, mas muitas delas, neste tempo, serão concomitantes, simultâneas.

Sabe quando a criança entra na puberdade, e seu corpo começa a amadurecer? Até o peito dos meninos chega a doer por conta das glândulas hormonais que passam a trabalhar mais. Em alguns o crescimento acelerado gera estrias, roxos, pequenas contusões e indisposições diversas. É isso.

Nascer dói, crescer dói, reproduzir dói, morrer deve doer, essa eu não experimentei, mas parece que dói.

Se pudéssemos traduzir em sensações e sentimentos um piso sendo quebrado, ou uma parede sendo demolida, sem dúvida usaríamos a dor como tradução.

Eu não tenho dúvida. Qualquer atleta mequetrefe sabe que dor muscular, quando proveniente de exercícios ordenados é sinal de crescimento, de fortalecimento. Qualquer lutador barato sabe que bater é bom, mas apanhar de vez em quando caleja, e isso é necessário. Aliás, até quando o pugilista bate ele sente dor. Calejar. Fortalecer.

 

A persistência leva à perfeição

A primeira leitura (Hb 12,4-7.11-15) deste dia memorava que Deus nos trata como filhos, ama e corrige, incentiva e castiga. Sim castiga. Pai que não incentiva é opressor. Pai que não exorta, e que se preciso não castigar é banana, frouxo. Amar é difícil. Ser amado é difícil. Ainda mais quando o amor não vem representado por um “eu te amo”, mas sim por um “se converta, você está errado”. Novamente dói.

Que bom que dói. Cadáver não sente dor. Se dói é porque estamos vivos. A dor nos ajuda a equilibrar o prazer. Sem ela, a dor, seriamos flácidos, molengas, preguiçosos, vaidosos, corpos sem alma.

A nossa capela, que está sendo reformada ficará pronta em breve e estará linda, e você quando estará pronto? Vão ficar rabixos de maus consertos para trás? Sei que estaremos em obras para o resto da vida. Ainda mais essas três: purificação, vida comum e consagração. Porém as etapas precisam ser superadas. O suplemento, complemento, essencial, mora em mim. O que eu não tenho? O que me falta? Não sei.

Pergunto a Ele e Ele me diz. “Persista. Só estou quebrando o que precisa e pode ser quebrado. Persista. Te falta muita coisa, mas há mim, Seu eterno Pai, não falta nada, e eu moro em ti através do Meu Santo Espírito, então nunca te faltará nada. Só me deixe trabalhar. Persista, colabore!”

 

A construção civil nos ensina

O chão não foge da britadeira. As paredes não saem da frente das marretas. Na construção civil os elementos que compõe a edificação são imóveis, impassíveis, eles resistem.

Um bom arquiteto jamais causará danos estruturais em uma reforma. Quanto mais o nosso Sumo Arquiteto. Ele sabe o que pode e não pode derrubar. Sem medo besta por favor! Dor é uma coisa. Ela só exprime a humanidade, a natureza. Medo é outra bem diferente. Quando irracional ele exprime desconfiança, falta de fé. Paralisa. Não como as paredes, mas como as mulas teimosas.

Estamos em obras. Uma vida de obras. Nada pode ficar para traz. Não economize, não preserve o podre, o velho, o obsoleto. Permita a restauração, reconstrução, modificação, ordenação, restituição. É quaresma! Força e foco!

Eu sei, dói. Que bom, estamos vivos! Estamos crescendo. Vamos morrer para ressuscitar!

 

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