Esses dias ouvi em uma homilia de que o lugar de salvação daquele padre era o seu carisma, e que ele entendia isso como uma grande providência de Deus. De fato, alguém que está na realização prática do seu carisma, não se imagina fora da sua comunidade (Amadeo Cecini).
E é por isso, que quando somos tentados a abandonar o barco com a falsa ilusão que não serei capaz de cumprir as exigências deste carisma, o valor da realidade é crucial.
Existe uma realidade: és ou não Cristo Libertador? Essa resposta deveria calar, se não extinguir, cada uma das nossas preocupações.
Partilho com vocês, meus irmãos, que tenho muita dificuldade de viver o momento presente e por consequência, a realidade. Sempre pensando na frente, naquilo que ainda não fiz e de não estar conseguindo “equilibrar todos os pratos”.
Uma cobrança excessiva, e se eu não cuidar, acabo me deprimindo. A vida na aliança está me dando um baile! Uma experiência constante com o tocar na minha fragilidade, e confiar na vontade de Deus.
Sou eu quem preciso…
Se eu não estivesse aqui, eu estaria no lugar de perdição. Qualquer lugar fora do meu carisma, do exercício prático dele, eu tenho certeza que minha chances de ser salva, seriam mínimas.
Não estou exagerando, quantos de nós voltaríamos tranquilamente para as cebolas do Egito, se por uma semana deixássemos nosso lugar.
Essa é a via de santificação que Jesus escolheu para cada um de nós, existe um mistério por detrás, um plano salvífico muito específico e especial.
“Até quando irão apoiar a vocação de vocês em forças humanas?”
É essa a pergunta, até quando irá se apoiar no que o teu braço pode fazer? Na sua capacidade de solucionar problemas? No seu equilíbrio emocional? No teu trabalho?
Até aqui o Senhor nos sustentou, mas parece que esquecemos disso. Se aqui é o meu lugar de salvação, não existe nada que não conseguirei passar. Não podemos esquecer Daquele que nos chamou e fez uma aliança conosco! Do lugar que Ele separou para a nossa salvação e santificação.
Que seja extirpado de nós todo e qualquer sentimento ou pensamento, de que mesmo sabendo o nosso lugar, podemos nos dar ao luxo de tentar com nossas próprias forças outros caminhos.
Que não sejam só palavras bonitas, meus irmãos, mas que eu e você possamos viver de fato. Amém!
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