EU SOU FILHA!

Ao acordar, li um texto sobre filiação e essa leitura foi quem moveu a minha espiritualidade do dia. De fato, nós somos muitas coisas… Formadores, pais, amigos, fundadores, orientadores, ministros,profissionais. Sim, podemos ser tudo isso, só não podemos nos esquecer de uma coisa: SOMOS FILHOS! 

 

“Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu filho, nascido de uma Mulher, nascido sob a Lei, para resgatar os estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. E porque sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito do seu filho, que clama: Abba Pai! De modo que já não és escravo, mas filho.” (Gl 4,4-6)

 

Se olharmos para nossas realidades, às vezes vamos nos esquecendo de quem nós somos, não no sentido de perda da identidade, mas de não reconhecermos diariamente, quem somos, o que queremos e até para onde iremos. 

 

GAVETAS

Recentemente na comunidade vimos muito sobre as gavetas de Santa Teresa que são: 

 

1- Filiação Divina (A vocação mais profunda do Ser Humano)

2- Vocação Específica (Jeito próprio de se viver o Evangelho)

3- Sexualidade (Ser um TUDO melhor) 

4- Estado de Vida (Dá sentido em todas as outras)

 

Todos nós possuímos e precisamos viver bem estas gavetas. Se elas estão ordenadas ou não cabe a nós saber e ordená-las conforme Jesus através Santa Teresa nos ensina. Se vivermos corretamente cada uma delas, as gavetas em si ordenam uma a outra. 

Nem todos nascemos com uma vocação específica, ao longo de nossas vidas vamos entendendo onde é nosso lugar, se é num carisma específico ou não… 

 O que quero chamar a atenção para isso é, a nossa filiação divina vem antes do que qualquer outra coisa que temos ou que queiramos viver. Eu não seria Cristo Libertador se Eu não fosse filha de Deus, porque a minha filiação ordena para onde devo ir. 

 

Vamos imaginar… 

Quando temos uma criança pequena precisamos guiá-la, pois ela ainda não tem autonomia para se conduzir por si só. A criança não entende, mas se abandona nos braços de seus pais, pois vê que ali encontra um lugar seguro onde pode se deixar ser conduzida. 

Nós precisamos voltar a ser como essas crianças, que não temem tanto, mas confiam e vão! 

Primeiro, eu sou filha de Deus, depois sou Cristo Libertador, sou Mulher, assumo isso, vivo intensamente essa vocação de ser Mulher em um mundo tão confuso como o de hoje e por fim, vivo meu estado de vida e ele me ajuda a ordenar ainda mais as outras coisas. 

 

Não adianta querer ser tudo, mas não querer e se reconhecer como filho. 

 

É bom ter um Pai, é bom ser cuidada, amada e saber que sou escolhida. 

 

SE LANCE 

Santa Faustina diz em uma de suas frases: “Me lancei nos braços de Deus como uma criança se lança nos braços de um Pai.” (Diário, 1541)

Nos abandonemos nos braços deste Pai, para que Nele possamos voltar a ser como crianças. E assim vivamos intensamente a infância espiritual! Não para que sejamos crianças mimadas, mas para voltarmos a essência de sermos somente filhos. 

“Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus. Em verdade vos digo, aquele que não receber o Reino de Deus como uma criancinha, não entrará nele.” Lucas 18,16-17

Voltemos a ser crianças nos braços de Deus, que canta, que pula, que dança e que chora. Que clama: ABBA PAI!

 

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