Só Deus Pode Me Julgar

Estava eu passeando pela rede mundial de computadores, a internet, e me deparei com o @tirinhasinteligentes, um Instagram que posta tirinhas (óbvio) divertidas, irônicas e interessantes. E uma delas chamou a minha atenção, pois ela fala do evangelho, fala do nosso carisma, fala muito, de maneira simples, em 3 quadrinhos.

 

 

Julgar (cf. Mt 7, 1.)

Abra rapidinho Bíblia no evangelho segundo Mateus, vá ao capítulo 7, e leia o versículo 1. Jesus fala o seguinte: “Não julgueis para não serdes julgados.” Muita gente usa essa passagem para reforçar o seu direito de permanecer no erro, sem ser julgado. Quantas vezes você já não ouviu ou leu a frase “só Deus pode me julgar”? As pessoas não gostam de ser julgadas, principalmente, por conta do orgulho que cega, e nos faz querer permanecer nos erros ao invés de nos converter.

Mas, Jesus não era um louco, e Deus não é incoerente. O ato de julgar é inato ao ser humano. Se você reparar, você julga inúmeras vezes em um dia. Julga se é a hora de atravessar ou tem que esperar o farol fechar, julga se você está entrando em um lugar perigoso ou tranquilo, se a resposta é “a” ou “b”, se algo é certo ou errado, se você pode comer uma comida ou não e muitas outras coisas.

Condenar.

Pesquisando no Google a palavra “julgar”, os dois primeiros significados são: “tomar decisão, deliberar na qualidade de juiz ou árbitro.” e “formar conceito, emitir parecer, opinião sobre (alguém ou algo).” Toda essa confusão sobre poder julgar ou não acontece por conta desses dois significados. Mas, Jesus explicou tudo certinho no versículo 2: “Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados.” (cf. Mt 7, 2a.)

O problema não está em julgar conforme o segundo significado, nós precisamos formar conceitos sobre as coisas, até para poder saber que Deus é bom e o pecado faz mal, esses são julgamentos, por exemplo. O que não podemos, e Jesus nos adverte, é: não julgar conforme o primeiro significado, ou seja, não podemos tomar a posição do juiz (o Justo Juiz você sabe quem é né?), não dar a sentença, não condenar.

Qual seu julgamento?

Quando alguém faz algo de ruim ou quando pisam no seu calo, qual é a sua reação? Qual é o seu julgamento? Em uma das visitas à fundação casa, nosso fundador falou algo muito interessante às meninas, mas que serve de mais para qualquer um: Mesmo diante dos nossos erros, Deus procura desculpas para ter misericórdia. Por exemplo, o Danyel tem chego atrasado quase sempre na missa, Deus tem o direito de acusar e arrumar briga com o Danyel, mas Ele arruma desculpas do tipo “ele tem dificuldade de acordar cedo” e perdoa os atrasos, mesmo que continue cobrando e pedindo para que esse erro seja consertado, afinal, ter misericórdia não é se contentar com o erro.

Nosso carisma surge para entrar em fundações casa e presídios comunicando o amor e a misericórdia de Deus, àqueles que já foram condenados sob a lei dos homens, mas sempre poderão ser perdoados por Deus. Nosso carisma surge para nos mostrar, que o pecado de alguém que matou ou roubou é mais grave do que o meu pecado de inveja, de preguiça, de gula etc, mas como eu sei da Verdade, esses meus pecados causam grave culpa também. Nosso carisma surge para mostrar que se eu, sendo ruim como sou, tenho jeito, alguém que está preso, sendo ruim como é, tem jeito.

Eu me julgo, mas não posso me condenar. Eu julgo os outros, mas não posso condena-los. Deixa essa história de condenar ou absolver para Deus, Ele sabe como fazer isso, a mim e a ti? Cabe o amor e a misericórdia. E se estiver difícil ser misericordioso, basta olhar para dentro de si e ver que ninguém é tão ruim que não possa ser menos ruim do que você.

A Verdade!

Em contra partida, a Verdade não nos permite passar por aquilo que julgamos (segundo a mesma Verdade) como mau sem denunciá-lo. Elias, o Profeta, não poderia ter passado por Acab e Jezabel sem apontar o erro desse casal real, isso seria inclusive uma injustiça, uma falta de piedade de mostrar como o caminho escolhido estava levando-os (e não só eles como todo o povo) para longe de Deus, ou seja, para o mau, para a morte.

Nós, sendo filhos e amigos de Elias, não podemos passar por tantas realidades relativizadas do nosso tempo sem que isso nos impulsione a proclamar a Verdade que Liberta. Não condenando ninguém, afinal quem tem esse papel é Deus, mas julgando conforme a Verdade e denunciando as mentiras e os maus caminhos.

Ninguém pode me julgar, ninguém pode te julgar. Mas nós devemos dar uma dica quando percebemos os desvios no caminho. A Verdade julgará e falará por si só no último dia.

Tamo junto.