O AMOR: um caminho que ultrapassa todos!

O Amor… Ah o Amor… Esse texto é fruto de uma experiência vivida diante do Santíssimo Sacramento em nossa capela (Santa Luzia) no dia 05 de dezembro de 2018, quarta-feira.

E ele fala do amor!

Na verdade, muito se fala sobre isso, muito mesmo, mas talvez essas palavras te levem a perceber e conhecer o amor através de uma perspectiva diferente, ou apenas te lembre que essa perspectiva precisa estar sempre em evidência!

Fiquei muito comovido e incomodado com o sentimento que Deus colocou no meu coração durante a adoração… e também um pouco envergonhado…

O texto que escolhi como pano de fundo dessa reflexão é, claro, a mais perfeita e bela definição de amor já escrita, e está na primeira carta do apóstolo Paulo à comunidade de Coríntios, no capítulo 13 (1Cor,13)!

Antes um pouquinho, no final do capítulo 12 o apóstolo diz:

“(…) um caminho que ultrapassa a todos”.

Caminho? Pressupõe que nos leva para algum lugar. Que lugar?

Que lugar é esse que insistentemente a humanidade pensa em chegar? Talvez nem todos saibam que a plenitude está em Deus, a felicidade está em Deus, o amor é Deus. Logo, a busca desconhecida pela humanidade é encontrar a Deus…

Conceituando

Antes de continuar, gostaria de conceituar o amor através de duas perspectivas que aprendi recentemente:

Amor = Ato de se pôr à disposição dos outros, identificando e atendendo suas necessidades legítimas.

Amor = Olhar para dentro de si, separar o que há de melhor e dar ao outro gratuitamente.

São conceitos bonitos… Até um pouco românticos…

Voltando ao maravilhoso texto do apóstolo Paulo, percebemos que o amor é a base, é a premissa e dá sentido absoluto a todos os dons, a todas as virtudes, a todas as possibilidades. Mas que amor é esse?

“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15, 12).

Calma!

Calma… parece que tudo começa a fazer sentido agora: se queremos conhecer a Deus, precisamos olhar para Jesus, se queremos conhecer Jesus, precisamos imitá-Lo, se queremos imitá-Lo….. Sim, isso mesmo, precisamos amarmos uns aos outros!

Então… se eu não amo o outro não conheço a Deus? Pois, é… não sei se você está chocado, mas eu confesso, que eu fiquei!

Parece algo simples e corriqueiro, mas paremos para pensar um pouco: quais são as nossas reais motivações ao sair de casa e ir encontrar Jesus, seja na santa missa, nas adorações, nas formações comunitárias?

Se a resposta for porque eu O Amo, como a muito tem sido a minha, te convido a acender um sinal de alerta… lembre-se das sábias palavras de Santo Agostinho só se ama aquilo que se conhece”. E ainda, sabe porque a humanidade está sedenta de Deus sem saber? Porque é dEle que viemos e sentimos saudades da presença totalitária do Pai, aliás, parafraseando Santo Agostinho “só se sente saudade daquilo que se conhece”.

Alerta!

Sugeri um sinal de alerta pois, como mencionei acima, o conhecimento de Deus pressupõe amarmos uns aos outros e a moção, de forma específica que Deus colocava em meu coração, era que existe muita, muita burocracia em nossas relações!

Seja entre irmãos, entre maridos e esposas, entre pais e filhos, entre fundadores e comunidade, entre formadores e formandos, entre amigos e até mesmo com Deus… enfim “o que é limitado desaparecerá”, mas o que é eterno prevalecerá, e o que é eterno é O AMOR!

Relações burocráticas

Essa burocracia nas relações está se instalando de forma muito sutil, disfarçada de respeito, de hierarquias ou até mesmo de falsa obediência!

Desculpa se estou sendo muito direto ou radical, mas, se não sou capaz de amar o outro em plenitude, a minha relação com Deus, com a Igreja, com as missões, com os apostolados a mim designados e com o outro, não passam de mera burocracia e você já sabe, ela não é sustentável pois, na primeira oportunidade que eu e você tivermos, abandonaremos o nosso Senhor em busca de algo que supostamente amamos de verdade!

“Aquele que não ama, não conheceu a Deus, porque Deus é Amor” (1 Jo 4, 8).

Para nós da Comunidade Cristo Libertador, esse outro tem nome e sobrenome, são em primazia as meninas, meninos e mulheres que encontramos dentro da realidade carcerária e essa constatação não é meramente conceitual, ela é real pois, em sã consciência nós nunca teríamos escolhido esse campo de missão como principal para nossa Comunidade. Foi Deus quem nos deu e estamos aprendendo amar essas almas não de qualquer jeito, mas “como Ele as ama” (Jo 15, 12).

Claro que não podemos esquecer de todos os “outros” que também devem ocupar um lugar especial em nossa vida, afinal, essa é uma das marcas do cristianismo: o outro é sempre protagonista! 

Precisamos dar um basta em todas as relações burocráticas e transformá-las em relações de amor e foi por isso que O Amor se fez relação, Ele se fez homem, Ele se apresentou a nós!

O Amor é…

O Amor é uma escolha, exige treino, exige movimento, exige coragem, exige força… O Amor gera comunhão, gera misericórdia, gera vida…

É só o amor que conhece o que é verdade… a verdade liberta e só consegue escolher quem é livre! Amar é experimentar a liberdade!

Rodrigo Fumagalli,
que vive um tempo de reaprendizagem acerca do Amor!

Músicas para orar…
Simplesmente Amar (Walmir Alencar):
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Monte Castelo (Legião Urbana):
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