Eu sou aquilo que Deus pensa de mim

Eu sou aquilo que Deus pensa de mim” (Santa Teresinha do Menino Jesus)

Será que sou mesmo? Ou sou aquilo que os outros pensam de mim?

O que eu sou?

O que pensam de mim? O que eu quero ser?

Quando eu tento responder essas três perguntas, bato de frente com muitas fragilidades que rodeiam a minha vida na dança e que tenho tentado lutar dia após dia. Tenho certeza que não sou a única nesse mundo que fica pensando nessas questões e o melhor modo de responde-las, afinal, a todo momento precisamos falar pro outro quem somos, o que pensamos e o que queremos, pois é desse modo que seremos aceitos por aqueles que nos rodeiam, não é mesmo?

Não, não deve ser assim.

A insatisfação de ser quem eu sou, de fazer o que faço, de dançar como danço.

Por anos vivi dentro de salas de dança e pude vivenciar momentos de total negação de si, do modo como se dança, negação de identidade, de características únicas que faziam parte da essência da pessoa.

Eu mesma me submeti a isso. E mais, já cheguei a sair de uma aula chorando por me achar a pior pessoa do mundo, por que nessa mesma aula, o professor expunha meus defeitos, outras meninas riam de mim e isso tudo por que eu não dançava do mesmo jeito, não conseguia atingir um numero x de piruetas, não saltava com a mesma agilidade e altura de alguns…

O agradar ao outro me consumiu tanto que perdi diversas oportunidades de ser melhor pra mim mesma, de superar meus próprios limites, de aprender com meus erros. Eu me escondia nas aulas, ficava nas últimas fileiras, no lugar mais escondido na barra. Não buscava melhorar, não perguntava quando tinha dúvidas, por que no fundo eu sabia que iam me ridicularizar.

E assim fui empurrando com a barriga muitas experiências que tive, me escondendo, me inferiorizando totalmente.

E Deus?

Nessa história toda eu nem me lembrava de que o dom que recebi vinha de Deus e que, se Ele me chamou, Ele podia me capacitar. Pode parecer um absurdo, mas é a verdade.

Eu finalmente me dei conta de tudo isso após anos na dança. Quando passei a afirmar a minha filiação com Deus, a viver o que Ele tinha proposto pra mim, eu clamava o Seu Santo Espírito, O convidava para permanecer comigo em todos os momentos que estava dançando, independente do lugar, na faculdade, no ballet, nas ministrações.

O que me tirou desse buraco, que é a inferioridade, foi o fato de me afirmar como filha de Deus, de reconhecer que Ele cuida, que estava comigo em todos os momentos e que Ele podia me capacitar. Não para ser aquilo que queriam que eu fosse, mas para ser aquilo que Ele sonhou pra mim.

Não!

Não se intimide, não deixe que roubem os seus sonhos, não se anule, não se envergonhe do dom que Deus te deu. Busque sim o aperfeiçoamento, mas não com a finalidade de agradar o outro, mas sim agradar a Deus, fazer o melhor pra Ele e assim levantar um grande louvor e adoração Àquele que te deu vida, movimento, corpo e dança.